Pode ser o Egito do nosso egoísmo, a manter-nos fechados em nós mesmos; ou o Egito do egoísmo alheio, a segurar-nos escravizados e despojados de toda dignidade. Pode ser o mar Vermelho da nossa ambição, a separar-nos forçosamente do mundo dos irmãos, que clamam por socorro e solidariedade. Pode ser o deserto do ódio e da violência, a apagar a memória de nossos compromissos de amor fraterno e de perdão...Enquanto isso, o Espírito do Senhor fica em nós gemendo, até que nossa passagem e nossa libertação se cumpram; até que nossa salvação se concretize. Mas como chegaremos lá?
A fim de facilitar nossa viagem, Deus não nos oferece um cavalo branco ou um carro confortável; ele vem a nós com um pedacinho de pão e um gole de vinho. Alimentos simples e primitivos para gente pobre, apenas suficientes para se sobreviver; mas neles está a energia para nossos pés não cansarem e para nossos corações não desanimarem.
E assim, para toda nossa fome e para toda nossa sede; para toda nossa fraqueza e para toda nossa doença; para todo nosso cansaço e para todo nosso desânimo; para todo nosso desejo de chegar e para todo nosso anseio de viver eternamente – sobraram apenas uma migalha de pão sem fermento e um gole de vinho misturado com água.
Marchar para a meta final, só com pão e vinho na mochila, poderia parecer loucura. Mas nós estamos prontos para prestar conta ao mundo de nossa coragem, de nossa fé e de nossa esperança. É que o pão e o vinho são o Corpo e o Sangue de Cristo, a garantir-nos todas as vitaminas e todas as calorias necessárias para desembarcarmos nos braços do Pai... (Pe. Virgílio)
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