Maria, portadora da Vida, que é Cristo, é o retrato da Igreja, Povo de Deus a carregar em seus braços o dom precioso da fé no mesmo Cristo, Libertador da humanidade.
Do lado oposto está o dragão ou o poder pecaminoso, com sua grandeza e onipotência, com sua glória e esplendor efêmeros, sempre de tocaia para devorar a “criança”, isto é, a frágil plantinha da fé e da esperança.
Desde que foi semeada no coração humano, a partir de Abraão, a fé teve que fazer as contas com os poderes deste mundo: o poder do Egito, da Babilônia, do Império Romano... É que os senhores da terra devem ter descoberto que a pequenina árvore da fé tinha força suficiente para derrubá-los de seus tronos abusivos. Especialmente depois que ela se tornou crença no Ressuscitado, vencedor da morte.
Hoje, só aparentemente os poderes terrestres viraram mais civilizados, no sentido de que matam mais cientificamente. Mas há continuidade entre os antigos e os modernos: entre Roma e os blocos ocidental e oriental – os dois equipados com armas nucleares, em condição de arrasar a terra em poucos minutos. Hoje, o dragão leva o nome de “blocos atômicos”...
Pode-se objetar que o bloco ocidental não luta contra a fé; e que o bloco oriental deixou de lutar contra ela. Mas o fato de este arsenal de morte existir já é heresia e negação da fé, atentado contra a Vida e blasfêmia contra Deus. É a pior vergonha do gênero humano e o maior pecado do mundo...
Perante o aparato das forças atéias está a fé no semblante de criança, carregada como outrora por Maria, encabeçando a caminhada da Igreja. Mas podemos recuperar a coragem e levantar a cabeça; pois a “criança” será mais uma vez defendida por Deus, e o dragão, novamente derrotado...
Padre Virgílio
Comentário: Este texto foi escrito na década de 80, no século passado... E hoje, em pleno século XXI, o que mudou? Cremos que nada... A corrida para se obter cada vez mais “armas de morte” está concorrida... Outros “blocos” surgem... Cada um com as suas razões... Deus espera de nós que à proporção que vamos descobrindo... Que tais descobertas sejam para o serviço ao homem, para o seu bem e não para o seu extermínio... Já sabemos que Deus venceu... Mas gostaríamos que os homens aprendessem a viver sob a bandeira desta Vitória e fazer da vida algo bem melhor, mais feliz e de acordo com Aquele que nos permite compreender tantos mistérios, mas que gostaria que os puséssemos a serviço do Bem.
Será possível, algum dia, o Homem compreender isso? Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!
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