"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sábado, 24 de julho de 2010

Nosso coração, uma rede...


Na rede que não arrebenta, apesar de tanto peixe, está retratada a Igreja de Cristo, com sua missão de congregar os povos do mundo na unidade do amor e da fé; abrindo para eles o feliz horizonte da esperança.

E é bom lembrar que “igreja” não é um lugar físico: é o novo modo de ser, inaugurado por Cristo. Não é amontoado de pessoas que convivem sem conhecer-se, que se encontram sem cumprimentar-se, que sofrem sem consolar-se, que morrem sem amar-se: é a nova comunidade de irmãos remida pelo sangue de Cristo. Nem é instituição piramidal, papel-carbono dos reinos deste mundo, ciumentos de seu poder e cobradores impiedosos da obediência na grande massa sem nome, sem rosto e sem voz: é a nova mesa do amor em que todos repartem o mesmo Pão.

A Igreja é a rede que Deus fez. Jamais arrebentará, ainda que todos os seres humanos do Planeta Terra entrassem nela.

Só que ela começa a se estender a partir das fronteiras do coração de cada um de nós. Da capacidade de nós acolhermos todos os homens e mulheres, de reconhecê-los, perdoá-los e amá-los como irmãos, depende o sucesso da rede-Igreja. É verdade que a robustez dela é garantida pelo Espírito Santo; mas nós, negando-nos ao amor fraterno, bem que somos capazes de frustrar a ação do mesmo Espírito Santo.

Nosso racismo e nossa intolerância, nosso egoísmo e nosso comodismo, nossa injustiça e nossa violência: bem como nossa incapacidade de captar as aspirações e esperanças do homem de hoje: tudo isso é que pode produzir rasgões irreparáveis na rede de Cristo ou levá-la a arrebentar de uma vez...

Se nosso coração é aquela rede, nele precisam ter livre acesso o negro como o branco, o pobre como o rico, o mendigo como o bem trajado, o forte como o fraco, o pequeno como o grande, o pecador como o santo...

O vigor da rede, também se nutre do vigor do nosso amor!

                                                                                                   Pe. Virgílio, ssp

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