"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Crer em Cristo

O Salvador Jesus Cristo.
Acreditar em Cristo, dispor-se a segui-lo não é pouca coisa; não é só aceitar que Jesus tenha existido, que tenha pregado uma doutrina, hoje acolhida, em algumas de suas afirmações pela grande maioria dos homens. Acreditar em Cristo não é seguir uma ideologia mora irrepreensível; não é também ter sentimentos de bondade e de compaixão para com quem de alguma forma não está bem; crer em Cristo também não significa ser leitor aficionado da Bíblia como livro de grande valor literário.

Tudo isso representa somente o conhecimento de um fenômeno histórico que de algum modo ainda hoje está vivo nas suas consequências consuetudinárias.

Fé em Cristo é aceitação total dele, da maneira como ele se apresenta e daquilo que ele ensina e oferece como meios imprescindíveis para um relacionamento autêntico com Deus.

Acreditar em Cristo é reconhecer que o relacionamento com Deus é estabelecido apenas por nós, não se realiza de acordo com planos escolhidos, seguindo inclinações pessoais. Acreditar em Cristo é reconhecer que a união entre o homem e Deus ao mesmo tempo, é Jesus que se apresenta como “eu e o Pai somos um” (Jo10, 30; 14,8-11...).

A fé em Cristo para quem se define “cristão” é acreditar que Jesus é Deus, além de homem, é o Deus que o homem procura e com o qual quer ter relacionamento, estabelecer uma relação pessoal; é crer que aquilo que Jesus disse é verdadeiro, é a verdade sobre Deus e sobre o homem.

A fé cristã, portanto, não é apenas uma moral e, muito menos um moralismo, mas uma concessão de Deus e do homem, uma forma de realizar a própria personalidade e o próprio relacionamento com Deus.

Por isso mesmo, a fé cristã não é algo fácil; sempre afloram dúvidas e indagações: se poderíamos levar em consideração somente alguns aspectos da mensagem de Jesus, concentrar-nos sobre a sua humanidade comovente e fascinante mas sem aceitar a divindade, porque isto importaria numa adesão sem qualquer restrição.

Doutra parte é absurdo aceitar Jesus só como homem e exaltar seus ensinamentos. Não fosse Deus, como ele mesmo se apresenta e quer ser reconhecido, seria um pobre iludido, um inconsciente, um falso. Não se poderia, absolutamente, ter grande estima por ele, como muitos defendem, mas com a recusa de crer nele plenamente.

Jesus deve ser aceito plenamente, da maneira como é se se apresenta, sem exceções, sem subtrações, sem fracionar nem a sua mensagem nem a sua pessoa. A fé em Cristo será sempre uma escolha livre e corajosa.

Jesus é a criança que nasce em Belém, foge pra o Egito, vive pobremente em Nazaré; é o mestre que ensina nas diversas regiões de sua terra, cura doentes, é rejeitado porque não entra em sintonia com a mentalidade corrente nem com a lógica de poder da época. Assim, ele é torturado e morto como malfeitor, ímpio, subversivo. Mas Jesus é também o ressuscitado o vivente que mandou os seus discípulos ao mundo para que, no transcorrer dos séculos, a sua palavra e a sua presença nunca viessem a faltar.

Tal é o Jesus da fé, o Jesus que incomoda e que nem sempre se alinha com a nossa vontade.

Giorgio Basadonna - Confiar em Deus vale a pena?

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