"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Ressurreição – Jesus aparece aos apóstolos e aos discípulos


Lc 24,33-42; Mc 16,13-14; Jo 20,19-29

Os dois afortunados discípulos de Emaús, apenas reconheceram Jesus, levantaram-se e retomaram o caminho de Jerusalém. Não viam a hora de dar a grande notícia aos irmãos; apenas chegados à cidade, foram logo procurar os Apóstolos e os outros, mas os dois foram recebidos com uma exclamação geral:
- “O Senhor ressuscitou, verdadeiramente! Apareceu a Simão!”
Então, eles, ainda mais seguros da veracidade do fato, contaram o que tinham visto e ouvido.
Apesar disso, alguns daqueles que estavam presentes não podiam persuadir-se do grande acontecimento e contestavam a afirmação tão viva e espontânea dos outros.
Era já tarde. Os Apóstolos e os discípulos fecharam as portas do Cenáculo com medo dos judeus. Estavam ainda discutindo, quando viram aparecer, no meio deles, Jesus dizendo:
- “A paz seja convosco!”
Mas, eles, assustados por aquela aparição inesperada e, com as portas fechadas, não acreditavam nos próprios olhos e pensavam que fosse um fantasma.
Jesus, porém, que lia em seus corações, assim falou:
- “Por que estais perturbados? E que estais pensando? Olhem minhas mãos, olhem-me, pois um espírito não tem carne nem ossos como vedes que eu tenho”.
E, dizendo isto, mostrou-lhes de perto as mãos e os pés. Mas, como o excesso de alegria daqueles pobres filhinhos, que tinham sofrido tanto, os tinha ainda fora de si, Jesus quis mostrar-lhes melhor sua concretização e realidade e lhes disse:
- “Tendes alguma coisa para comer?”
Eles então lhe trouxeram pão e um favo de mel. E, Jesus, na sua amável condescendência, se pôs a comer diante deles. Depois que comeu, quis que as migalhas fossem comidas por eles. Foi como que uma recordação daquela querida Ceia que tiveram um dia. E sentiram-se, afinal, tranquilos e felizes.
Jesus disse de novo:
- “A paz seja convosco! Como o Pai me enviou, assim eu vos envio”.
Dito isto, soprou sobre eles e assim falou:
- “Recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles a quem perdoardes, serão perdoados; e os pecados daqueles a quem retiverdes serão retidos”.
Jesus assim havia conferido aos Apóstolos aquela missão divina que deviam cumprir no mundo e desapareceu.
O acaso quis, não o acaso mas as disposições do Senhor quiseram, que não se encontrasse presente, naquele momento, doce e solene, o Apóstolo Tomé.
Quando ele chegou, naturalmente, o acolherem com um coro de exclamações alegres:
Tinham visto Jesus; ele tinha comigo com eles e lhes tinha conferido sua divina Missão no mundo!
Tomé não participou logo da sua alegria e deixou surgir na alma uma ponta de inveja e de despeito, por não ter estado presente. Começou então a dizer que não acreditava e acrescentou que não se deixaria levar pela fantasia como eles. Antes de crer, queria ver e tocar e protestava:
- “Se eu não puser meu dedo no furo dos cravos e minha mão na chaga do lado, não acreditarei”.
Oito dias depois, encontravam-se, de novo, todos juntos e com eles, Tomé. A festa da Páscoa tinha terminado e os peregrinos se dispunham a partir em caravanas. Aqueles Apóstolos e discípulos eram quase todos galileus. Deviam por isso retornar a seu país. Além disso, Jesus lhes advertira que lá, na amada Galileia, os esperava para ver todos. Partiam seguros e contentes, menos Tomé que, pela sua obstinação, era privado de tão grande consolação.
Jesus porém estava sempre perto dos seus; Tomé, durante os oito dias de intervalo, tornara-se mais humilde e arrependido. Agora estava em condições de reconhecer o seu Mestre, o qual, afinal, o quis consolar. Também desta vez as portas do Cenáculo estavam fechadas, quando Jesus apareceu no meio deles e saúdo-os:
- “A Paz seja convosco!”
E logo, voltando-se para Tomé, pois tinha vindo, principalmente para ele, acrescentou:
- “Põe aqui o teu dedo, e olha as minhas mãos. Chega aqui a tua mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas fiel!”
Tomé, que sentia e via a realidade presente do seu Mestre e Redentor, caiu de joelhos e exclamou, tremendo e chorando:
- “Meu Senhor e meu Deus!”
Jesus então replicou docemente:
- “Agora tu acreditas porque viste; mas, felizes aqueles que creram sem ver”.
Tomé foi um pouco orgulhoso e obstinado, mas Jesus lhe perdoou e, no momento oportuno, foi tranquilizá-lo. A incredulidade de Tomé serviu também tranquilizar muitos outros sobre a realidade da Ressurreição do Senhor. Mas, quem tem o dom da fé, não tem necessidade de ver as coisas com os olhos do corpo, porque tem uma luz na alma pela qual está certíssima da verdade que crê. Vocês têm essa fé. Vocês a receberam com o Santo Batismo, são pois felizes. Vocês creem, sem a menor dúvida, que Jesus ressuscitou e que vive na glória do Pai.
- “Caiam muitas vezes, de joelhos, diante de Jesus e digam-lhe: Meu Senhor e meu Deus, em ti creio, eu te adoro, eu te amo!”

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