Jesus em Nazaré e em Cafarnaum
Os primeiros fatos da vida pública de Jesus
Jo 4, 43-54; Lc 4,16-37; Mc 1, 14-28; Mt 4, 17-25
Agora que Jesus começou sua Missão Pública, vocês verão multiplicar-se ao redor dele, muitas coisas maravilhosas e belas, mais que as flores da primavera, sob o esplendor do Sol.
Deixando a Samaria, o divino Mestre dirigiu-se para Nazaré, mas, chegando perto de Caná, onde fizera o primeiro milagre, apresentou-se a ele um oficial adido à corte do rei. Era um pai que tinha um filho muito doente e, tendo sabido do poder de Jesus, saiu da cidade Cafarnaum, que ficava muito distante dali para procura-lo. Quanto não fazem os pais pelos próprios filhos! Aquele pai, na sua dor, queria que o divino Mestre fosse a sua casa para curar seu filhinho.
_ “Vinde”, repetia, “vinde ó Senhor, antes que meu filho morra!”
Ele pensava que Jesus tivesse necessidade de ver para curar os doentes, como fazem os médicos. Tinha fé em Jesus, mas não o conhecia ainda. O divino Salvador lhe disse resolutamente:
-“Vai, teu filho vive!”
A autoridade e a bondade com que Jesus dera aquela ordem, tranquilizaram aquele pobre homem, que voltou para casa confiante e feliz. No dia seguinte, quando voltava para Cafarnaum, eis que vieram ao seu encontro seus servos, muito alegres, acenando-lhe de longe, para dizer-lhe que seu filho estava curado. Então perguntou-lhes a hora em que a febre o deixara e lhe disseram que, a uma depois do meio dia, isto é, justamente na hora em que havia falado com Jesus. Então ele e toda a família acreditaram no Redentor.
Este milagre feito à distância, demonstrava o poder sobrenatural de Jesus, mas, foi em Nazaré, que ele revelou abertamente a sua missão.
Chegando com seus discípulos à sua cidade, foi, festivamente recebido por sua doce e venerada Mãe e, como era sábado, dia de reunião na Sinagoga, para lá se dirigiu, como fazia sempre. O Príncipe da Sinagoga pediu a Jesus que lesse alguma passagem da Bíblia. Não era a primeira vez, mas, depois dos acontecimentos daqueles dias, todos tinham os olhos fixos nele. Recebeu o volume, desenrolou-o e pôs-se a ler aquele pedaço de Isaías, onde estava escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, por isto me consagrou para anunciar a boa notícia aos pobres; mandou-me para libertar os prisioneiros, recuperar a vista os cegos; dar liberdade aos oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Is 61,1-2).
Depois enrolou o volume, entregou-o ao contínuo e, sentando-se explicou como aquelas palavras da Sagrada Escritura se cumpriam nele naquele dia. Vocês verão, logo mais, como tudo isto era verdadeiro. Todos os presentes pois, falavam dele, aprovando e admirando a sabedoria e a graça das palavras que saíam da sua boca.
Entretanto Jesus deixou logo Nazaré e foi para Cafarnaum, na margem do lago, onde Pedro tinha uma casa. E pregava na grande Sinagoga daquela cidade e todos ficavam pasmados, porque seus ensinamentos eram muito diferentes daqueles, que lhe ensinavam os rabinos e os escribas. Ele não desprezava a Lei antiga, mas, a interpretava com espírito novo, com espírito de liberdade e amor.
Um dia, quando falava na Sinagoga, um homem que estava possuído do demônio começou a gritar:
- “Que vens tu fazer aqui, ó Jesus de Nazaré? Vens para perder-nos!... Sei quem tu és: O Santo de Deus!"
Mas Jesus o repreendeu e lhe disse:
- “Cala-te e deixa esse homem!”
E o espírito maligno, contorcendo aquele infeliz e, fazendo-o emitir um agudo grito, saiu.
Todos os presentes foram tomados de grande espanto e diziam uns aos outros. É coisa nunca vista! Este ensinamento novo é dado com autoridade! Ele tem poder até sobre os espíritos impuros os quais o obedecem!”
Assim, sua fama se difundia rapidamente pelos arredores, de modo que, ao pôr do sol, os doentes de toda a espécie de moléstia, estavam amontoados à porta da casa de Pedro, onde Jesus estava hospedado com Tiago e João. E, Jesus curava a todos, com amabilidade e solicitude. Pouco antes, tinha curado também a sogra de Pedro. Quando voltou da Sinagoga, encontrou-a com febre altíssima. Estava estendida no chão do seu quarto e não tinha forças nem para levantar a cabeça. Mas, o divino Mestre inclinando-se, tomou-a pela mão, libertando-a imediatamente, da febre e assim pode levantar-se e servir os hóspedes.
Lembrem-se, meus amigos, Jesus pode salvar-nos de todos os males, mesmo que não o vejamos e que nos pareça distante. Peçam-lhe com fé e, sobretudo, digam-lhe muitas vezes:
- “VINDE, Ó SENHOR, ANTES QUE MINHA ALMA MORRA!”
A Pequena Bíblia - P. César Gallina
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