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Eram passados os belos dias nos quais Jesus ressuscitado se manifestava aos seus discípulos, entretendo-se afetuosamente com eles e dando-lhes as últimas instruções. Os quarenta dias se passaram muito depressa. Agora ele devia subir para o Pai, na glória.
Ordenou que todos, Apóstolos e discípulos se reunissem para um último banquete em Jerusalém. E, durante a alegria de reencontrar-se à mesa, ele lhes explicou o sentido das Sagradas Escrituras e a necessidade de ser cumprido tudo o que foi predito a seu respeito.
“Estava escrito que o Senhor devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que devia ser pregada, em seu nome, a penitência pela remissão dos pecados para todas as nações, começando por Jerusalém. Agora vós sois testemunhas dos fatos”.
E ordenou que não se afastassem da cidade, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse, tendes ouvido da minha boca.
“João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, daqui a poucos dias”.
Os discípulos, neste ponto, confidencialmente, lhe perguntaram quando estabeleceria o seu Reino. Mas, porque eles ainda não tinham uma ideia precisa do Reino de Deus sobre a terra, Jesus respondeu-lhes dizendo que não competia a eles saber isso e acrescentou:
- “Recebereis o Espírito Santo, que virá sobre vós e sereis testemunhas de mim, em Jerusalém, na Judéia, na Samaria e até os confins da terra. E eis que estarei convosco até o fim dos séculos”.
Estas e muitas outras coisas tinha dito naqueles dias e agora, particularmente, as repetia. Depois conduziu-os fora da cidade, para os lados da Betânia, ao cimo do Monte das Oliveiras. Levantou as mãos e os abençoou. Então começou a elevar-se da terra e se afastava para o Céu; e, estando no alto, uma nuvem o envolveu, ocultando-o aos olhos de todos.
Ficaram ali, com os olhos fixos lá, onde seu Mestre e Senhor tinha desaparecido e eis que apareceram dois Anjos vestidos de branco e lhes disseram:
- “Homens da Galileia, por que estais a olhar para o alto? Esse Jesus que foi tirado de vós, subiu ao Pai e retornará do mesmo modo que o vistes subir”.
Então voltaram a Jerusalém, descendo do Monte das Oliveiras, que dista de Jerusalém, cerca de um quilômetro. Chegados que foram ao Cenáculo, subiram para a parte superior da casa onde habitavam.
Os Apóstolos eram onze: Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelador e Judas, irmão de Tiago.
Com os Apóstolos estavam outros discípulos de Jesus e, especialmente, Maria Santíssima, as piedosas mulheres e os parentes de Jesus. Ao todo eram umas cento e vinte pessoas. Que faziam eles? Obedeciam à ordem deixada pelo divino Mestre. No recolhimento e na contínua prece esperavam o cumprimento da promessa, isto é, a vinda do Espírito Santo.
Era suave a companhia de Maria Santíssima e que valor tinha a sua prece!
Nós encontramos a doce Mãe de Jesus no meio dos discípulos do Senhor, isto é, no meio dos cristãos, desde o primeiro dia, em que se reuniram em nome dele.
Ela vive ainda no meio de nós, velando maternalmente. Jesus ganhou tudo para nós, mas a distribuidora das graças, a tutora, e o refúgio nosso é ela, “a Mãe de Misericórdia, a Clemente, a Piedosa, a Doce Virgem Maria!”
Vocês também a amam muitíssimo? Não a escolheram para sua querida Mãe?
Nesse tempo os Apóstolos eram apenas onze. Era preciso pôr outro no lugar de Judas, prevaricador. Assim, levantando-se do meio de todos, falou S. Pedro, que já, desde aquele momento, seja por missão divina, seja por consenso comum, era tido como Chefe.
Era preciso escolher um, dentre aqueles que tinham estado com Jesus, desde o princípio e que podiam testemunhar sua ressurreição.
Propuseram dois: José, chamado Bársabas, apelidado o justo e Matias. Depois fizeram uma oração dizendo: - “Tu, ó Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois escolhes para receber o posto deste ministério e apostolado, do qual se extraviou Judas, o traidor”.
Tirada a sorte, foi escolhido Matias, que, por isso, foi integrado aos onze. Entretanto, congregados todos tinham o coração voltado para o Céu, onde estava o inesquecível Mestre e rezavam para que se cumprisse neles Sua Divina promessa. Maria Santíssima rezava com eles e os confortava.
Meus amigos, elevem sempre para o alto seus corações. Confiem na Mãe do nosso Jesus e, dirigindo-se a ela, digam muitas vezes:
- “Ajudai-me com a tua oração, ó Santa Mãe, a fim de que, em mim, se cumpram as promessas do Senhor!”
A Pequena Bíblia - P. César Gallina
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