"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

domingo, 25 de outubro de 2009

Falsa laicidade nega aos fiéis direito de defender a vida...

Laicidade não é laicismo. (Papa João Paulo II)
É sempre bom saber o que pensa a Igreja a respeito de certos temas polêmicos. Certamente nossos Bispos são a Voz da Igreja, portanto vale a pena recordar as palavras de Dom Eugênio, proferidas em setembro de 2007.

Diz a matéria:
Em momentos em que no Brasil ganham força as estratégias de legalização do aborto por parte do governo, um cardeal manifestou-se para denunciar que no país «dá-se lugar a uma falsa laicidade para negar à Igreja e seus fiéis o direito de combater pelo sagrado dever de defender a vida». «Com o intuito de dar mais um passo em favor do aborto, grupos organizados, através do Legislativo, reacendem a luta para eximir do crime de homicídio a quem retira a vida de um ser humano: morte de embriões indefesos», afirma o cardeal Eugenio de Araújo Sales.Segundo afirma o arcebispo emérito do Rio de Janeiro em artigo difundido pelo site de sua arquidiocese, no contexto desse falso conceito de laicidade, «a sociedade brasileira e suas tradições estão aterrorizadas por interpretações inaceitáveis».

Dom Eugenio afirma que uma valiosa contribuição a esse assunto encontra-se no discurso ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, por ocasião da tradicional apresentação de bons votos para o Ano Novo, a 12 de janeiro de 2004.
Dizia o Santo Padre João Paulo II aos Embaixadores: “o princípio da laicidade, é em si mesmo legítimo quando é compreendida como distinção entre a comunidade política e as religiões. Todavia, distinção não quer dizer ignorância! Laicidade não é laicismo! Ela não é senão o respeito por todos os credos por parte do Estado, que assegura o livre exercício das atividades cultuais, espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes”.“Numa sociedade pluralista, a laicidade é um lugar de comunicação entre as diferentes tradições espirituais e a nação. Pelo contrário, as relações Igreja-Estado podem e devem dar lugar a um diálogo respeitoso, portador de experiências e de valores fecundos para o futuro de uma nação. Um diálogo sadio entre o Estado e instituições religiosas, não são concorrentes, mas colaboradores, pode, sem dúvida, favorecer o desenvolvimento integral da pessoa humana e a harmonia da sociedade”, afirmava o pontífice.
No Brasil, há separação entre Igreja e Estado, recorda o cardeal. «O Estado como tal é leigo, mas não é laicista. Assim o cidadão deve seguir sua consciência, formada pelos ensinamentos de Jesus que foram confiados ao Magistério Eclesial. A Igreja na sua missão não está sujeita ao Estado.»
De acordo com Dom Eugenio, «um Estado leigo, mas não laicista, tem um diálogo sadio com todos os credos religiosos e assegura o bem-estar de uma Nação».«O discurso do Papa João Paulo II ao embaixador do México junto à Santa à Sé, Javier Moctezuma Barragán, a 24 de fevereiro de 2004, traz luzes a essa matéria: “Não se deve ceder às pretensões de quem, amparando-se em uma errônea concepção do princípio de separação Igreja-Estado e no caráter do Estado, tenta reduzir a religião à esfera meramente privada do indivíduo”».
O cardeal cita ainda as palavras do Papa Bento XVI no discurso ao novo embaixador do México junto à Santa Sé, a 23 de setembro de 2005: “Em um Estado leigo são os cidadãos que, no exercício de sua liberdade, dão um determinado sentido religioso à vida social”. (...) “Um Estado moderno há de servir e proteger a liberdade dos cidadãos e também a prática religiosa que eles elejam sem nenhum tipo de restrição ou coação”.

Dom Eugênio: Em 22 de setembro de 2001, na presença de grande número de bispos e sacerdotes, entregou o governo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, através da passagem do báculo (cajado simbólico do pastoreio do povo de Deus, utilizado pelos bispos) a Dom Eusébio, até então não revestido da dignidade cardinalícia, que só viria a obter em 2003. Possui os títulos de Cardeal Protopresbítero (o mais antigo em idade e/ou nomeação entre os Cardeais Presbíteros) e Arcebispo Emérito (aposentado) da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

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