"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

'Marana tha!' - Vem, Senhor Jesus!

Maranatha!
1Cor 16,22
Pergunte e Responderemos – nº 307
Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.

A grande novidade do Cristianismo consiste na Boa-Nova de que Deus vem ao homem antes que o homem tente ir a Deus. Esta notícia marca toda a Revelação bíblica, que fala frequentemente da vistia de Deus, a fim de atender aos anseios de vida que o próprio Criador colocou no coração do homem.Os escritos do Novo Testamento assinalam com alegria a vinda do Senhor na pessoa do Messias: “Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou o seu povo e o libertou” (Lc 1,68). Todavia o evangelista verifica em tom de tristeza: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam” (Jo 1,11).
Apesar de tudo, o Senhor continua a oferecer a sua presença a todo homem que tenha a delicadeza de ouvir a sua voz: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele. (Ap 3,20).
O pulsar do Senhor é suave e não se impõe. Daí a exortação à vigilância, repentinamente formulada por Jesus: “Vigiai, porque não sabeis em que dia vem o Senhor (Mt 24,42; 25,1-13).
Vigiar significa renunciar ao sono da noite ou, metaforicamente, lutar contra o torpor espiritual e a negligência, estar em alerta como se cada dia fosse o último da vida do indivíduo na Terra.
O Senhor pode demorar – o que suscita cansaço no cristão, como o suscitou nas dez virgens da parábola (Mt 25,1-13); mas o discípulo de Cristo não se deixa vencer pelo desânimo; ele crê que a história é regida por um sábio desígnio do Senhor e, por isto, reaviva constantemente a chama da sua fé e da sua esperança. “Aquele que dá testemunho destas coisas, diz: ‘Sim, eu venho em breve!’ – ‘Amém. Vem, Senhor Jesus (Marana tha)!’ ” (Ap 22,20;cf. 1Co 16,22).

São estas algumas das ideias que ocorrem à mente do cristão no fim de mais um ano, quando a Igreja celebra o Advento e o Natal de Jesus. O presépio é um ponto de chegada e um ponto de partida; sim, pôs termo à expectativa dos Patriarcas e Profetas e veio aguçar nos cristãos o desejo da Plenitude. Aliás, desta já temos um penhor seguro nos sacramentos, sinais que se podem tornar cada vez mais transparentes para os valores eternos presentes no tempo. É hoje e aqui que o cristão começa a desfrutar a graça de Deus, ciente de que a cada momento podem cair os véus que lhe encobrem a Face da Beleza Infinita!

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