"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sacralização

Roque Brugnara
A mentalidade sacralizante é típica dos povos primitivos: tudo o que não era compreendido, da vida ou da natureza, era atribuído a deuses ou a forças transcendentais. Para cada a atividade vital havia um deus protetor.
Além disso, no referencial para a tomada de decisões predominavam os critérios religiosos e transcendentes, como se a divindade estivesse a todo o momento fiscalizando e cobrando os comportamentos humanos.
O que era sagrado não podia ser tocado pelo homem, tais como o totem das tribos, os lugares de culto e as pessoas consagradas ao serviço religioso. Aquilo que era consagrado aos deuses tornava-se propriedade deles e era afastado do convívio dos homens.
Nesse sentido Jesus de Nazaré fez verdadeira revolução dessacralizante: a pessoa humana é o ser mais sagrado, depois de Deus. Presta-se culto a Deus respeitando e amando as pessoas como verdadeiros filhos de Deus.
O homem tem necessidade de cultivar o senso do sagrado pelo fato de que ele pode ajudar na relação com Deus, que é transcendente e imanente* ao mesmo tempo. Deus está além do universo criado, mas torna-se presente no mundo por sinais e símbolos, pelas coisas que o
homem elege como sagradas.
Quando, para uma pessoa, a natureza é sinal do Criador, esta assume o senso de sagrado: a pessoa passa a respeitá-la e preservá-la. A mentalidade destruidora da natureza nos vem dos tempos em que nossos pais ou avós tiveram de lutar contra a natureza para poder sobreviver. Para eles a natureza representava certa ameaça. Isto não ocorre conosco.
Para alcançar a vivência religiosa equilibrada é preciso cultivar o senso do sagrado, observando os graus de sacralidade:
- o próprio Deus (Pai, Filho e Espírito Santo);
- a presença sacramental de Jesus na Eucaristia;
- a palavra de Deus contida na Bíblia;
- as pessoas que possuem relação especial com Deus e que se tornam intermediárias na relação entre Deus e o seu povo (profetas, santos, ministros do culto etc.);
- as demais pessoas, filhos de Deus;
- os locais de culto, os objetos de culto, os símbolos religiosos etc.
*Imanente: Que está compreendido na própria essência do todo. 2. Aderente, permanente.
Imagem: www.nova-acropole.pt/a_regrtesso-sagrado.html

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