"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pobreza, Obediência, Castidade... São Francisco de Assis...

A pregação de Francisco alicerçava-se sobre dois pontos principais: Amor recíproco e desprezo das vaidades mundanas. Dessas pedras angulares a todos erguia ao fastígio do Divino Amor, cujo suave incêndio sabia comunicar também aos corações mais empedernidos pelo pecado.
A pregação e o exemplo não eram dois aspectos de sua santa vida, senão que eram a própria vida em essência; e, visto como uma correspondência perfeitamente à outra, ele que pregava a virtude do Evangelho, era depois de Jesus, pessoalmente a encarnação mais perfeita do mesmo Evangelho.
Se, conforme dizia Tertuliano, cristão significa “Alter Christus”, Francisco foi outro Cristo até o ponto em que o podia ser em vista de sua natureza humana. O próprio Cristo tomou de si de confirmar tal juízo feito pelos homens sobre o Pobrezinho de Assis, quando, inspirando Santa Margarida Maria Alacoque, numa de suas celestes visões, a fez dizer, em nome de Jesus: “Eis o Santo que sinto mais perto de meu Coração”. Sim, pois que é pelo amor que nos avizinhamos de Deus, renunciando a nós próprios e abismando-nos na humildade. E este amor e esta humildade de Francisco se refletem em toda a sua vida admirável, e mais ainda sobre a sua Regra, que, compreendida sob 23 capítulos, gira em torno do Evangelho e ilumina os três grandes votos da Pobreza, Obediência e Castidade.
A pobreza chama a renúncia, e a renúncia não se pratica senão por amor e humildade. A obediência chama a renúncia da própria vontade, e por isto chama ao amor à vontade de Deus, expressa na do nosso Superior. A obediência não subsiste sem humildade.
A castidade implica no amor de Deus, incriada pureza, e se Ele quis fazer refulgir em Jesus, Maria e José, tão excelsa virtude, certamente é por ser esta a virtude que mais ama e que mais perfuma os ambientes celestes.
Castidade é renúncia ao mais sensível, ao mais material dos prazeres terrenos, o que não pode deixar de constituir uma elevação espiritual, como não pode deixar de ser humildade. Porquanto, viver em castidade, no meio do mundo, não é possível, sem que nos impregnemos, sem que nos encouracemos de humildade. Eis porque o nosso Santo, possuindo todas essas virtudes em grau supremo, foi um serafim na terra, e uma cópia do Divino Mestre.

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