"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sábado, 13 de fevereiro de 2010

7. Concílio de Nicéia II (787)

O Concílio de Constantinopla III encerrou a série de controvérsias teológicas sobre Jesus Cristo, sua Divindade e sua humanidade; os pontos essenciais referentes à SS. Trindade e à Encarnação do Filho estavam definidos.
Todavia os teólogos não cessaram de estudar as verdades da fé. Novo motivo de disputas veio a ser o uso de imagens nas igrejas, dando ocasião à controvérsias iconoclasta. Desde os primeiros séculos os cristãos costumavam pintar e esculpir as figuras de Cristo e dos santos, não a fim de adorá-los, mas no intuito de melhor poder voltar sua atenção para o Senhor e seus irmãos mártires ou confessores da fé.
Todavia, sob a influência do judaísmo e do islamismo, houve cristãos no século VIII que se puseram a combater o uso das imagens; os Imperadores Leão III o Isáurico (717-741), Constantino V Coprônimo (741-775), Leão IV (775-780) favoreceram o iconoclasmo. O principal defensor das imagens foi São João Damasceno (+ 749), que, juntamente com outros cristãos, padeceu árdua perseguição por causa de sua fidelidade à Tradição cristã.
Morto Leão IV, a rainha-mãe regente, que patrocinava o culto de imagens, resolveu, de comum acordo com o Papa Adriano I (772-795), convocar um Concílio Ecumênico para Nicéia. Este realizou-se de 24/09 a 23/10/787; foi então lida a carta do Papa ao Patriarca Tarásio de Constantinopla e a Irene em favor das imagens; o Concílio declarou outrossim que reconhecia a intercessão de Maria, dos anjos e dos santos, assim como o culto da Cruz e das imagens; tal culto seria relativo ao Senhor Jesus e aos santos, de modo tal que ao primeiro (Jesus Cristo) se prestaria adoração e aos santos veneração.
Após o Concílio, a luta ainda continuou, salientando-se então o patriarca Nicéforo de Constantinopla e o monge Teodoro Studita como defensores das imagens.
No Ocidente o Imperador Carlos Magno (800-814) mostrou-se propício ao iconoclasmo, o que não teve graves consequências na vida do povo cristão.
Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.
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