"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nossa Fé Católica

Vale a pena conferir esta reflexão de Dom Antonio Afonso de Miranda, S.D.N. a respeito do livro escrito por Dom Estêvão, intitulado: Crenças, religiões, igrejas & seitas: quem são?


Nossa Fé Católica

Este é um livro prestimoso a todos os católicos. Nele estão compilados estudo de Dom Estêvão Tavares Bettencourt O.S.B. sobre as igrejas ditas “cristãs” e as “pseudocristãs”, e também sobre religiões orientais e esotéricas, e ainda sobre o espiritismo e seus congêneres: Umbanda, Racionalismo Cristão e Legião da Boa Vontade. Igualmente, aí se encontram exposições sobre Seich-No-Iê, Teosofia, Rosa-Cruz e Nova Era (New Age) e algumas mais.

É importante conhecer todas essas formas de crença, que se apresentam como “religiões”, e algumas até como “Igrejas”, e saber diferenciá-las da nossa Igreja Católica.

Diante dessas concepções humanas, não poucas até exóticas, cabe esta reflexão: Deus, sapientíssimo e verdadeiro, não pode ser o autor de tantas religiões ou crenças. No mínimo, são ilusões ou enganos de interpretação da fé. Tendo Ele se revelado “na plenitude dos tempos” (Gl 4,4) em seu Filho Jesus Cristo, só o que Cristo transmitiu aos apóstolos e o que se herdou destes numa sucessão ininterrupta na Igreja Católica tem foros de verdade revelada, portanto digna de fé.

Posição da Igreja Católica diante das demais religiões

Vivemos numa época de “pluralismo de ideias” e, em consequência, de “pluralismo de crenças e de práticas”. Evidentemente, não se pode negar a liberdade, que assiste a indivíduos e grupos, de escolher, dentro destes “pluralismos”, o que lhes parece mais consentâneo com a verdade que a inteligência lhes faz apreender.

Por isso, a Igreja Católica não se arvora em tribunal para julgar, e muito menos para condenar, as “convicções” de quem quer que seja. Ela apenas anuncia, prega a todas as pessoas – e até define para seus fieis hesitantes – o que recebeu, em matéria de fé religiosa, como revelação de Jesus Cristo, seu fundador. Face ao “pluralismo” de Igrejas ditas “cristãs”, que conservam pontos essenciais da revelação de Cristo, a Igreja dialoga com elas de modo mais direto, e com elas reza em busca da unidade, e as convida ainda a uma ação comum no sentido de se construir uma sociedade justa e fraterna.

Diante das Igrejas “pseudocristãs” e de outras “religiões” tão diversificadas, a Igreja Católica confessa reconhecer nelas alguns “valores”, que são como “sementes do Verbo de Deus”, no dizer dos Santos Padres e dos teólogos. Mas lamenta a “confusão” de ideias e filosofias errôneas, que não pode de forma alguma aceitar.

Embora respeitando a liberdade de consciência, a Igreja Católica não quer e não pode deixar que as consciências se iludam em pontos tão sérios como são os referentes à fé, pois dizem respeito à salvação eterna.

Quais são estes pontos, que constituem o substrato da doutrina oficial da Igreja?

A fé católica

A fé da Igreja Católica é professada na oração do “Credo”. Prefiro traduzi-lo aqui, com todo o respeito, numa paráfrase, que clareie todas as verdades nele contidas. Cremos, fielmente:

1. Que há um Deus único e verdadeiro, substancial e invisível, mas que se revelou aos patriarcas e aos profetas como Deus criador e Senhor de tudo o que existe.

2. Que este mesmo Deus se fez homem, no tempo por ele escolhido desde a eternidade. Fez-se homem em Jesus chamado Cristo, isto é, Messias Salvador, Filho do Deus vivo e verdadeiro.

3. Este mistério de Deus tornar-se homem (Encarnação) se realizou sob a ação do Espírito Santo de Deus (Lc 1,35) no seio de uma virgem, chamada Maria.

4. Fica assim patente que nosso deus tem em si mesmo três “relações”, como dizem os teólogos tomistas, as quais podem ser predicadas como “pessoas”: a pessoa do Pai, que gerou um Filho consubstancial a si, também pessoa, e a pessoa do Espírito Santo, princípio de amor que une o Pai e o Filho. Por isso, professamos a fé num só Deus uno em substância e trino em pessoas.

5. A Encarnação do Filho segundo a vontade do pai e sob a ação do Espírito teve dupla finalidade: a) reveladora, para que nos fossem revelados mais perfeitamente os segredos infinitos de Deus a nosso respeito; b) soteriológica (isto é, salvadora), para que o Filho operasse a nossa salvação por um sacrifício na cruz. Por isso, cremos em tudo o que Jesus Cristo nos revelou e nos foi transmitido por seus apóstolos, e cremos que sua obra redentora é eficaz para quantos a aceitam pela fé e prática de vida.

6. A obra de Cristo se consumou por sua ressurreição dentre os mortos e pelo envio do Espírito Santo sobre a Igreja, que ele fundara em Pedro e nos demais apóstolos (Mt 16,18-20 e Mt 18,17 e 18). Por isso, professamos a fé na Igreja Católica, isto é, Igreja que o Senhor enviou a todos os povos e na qual fazemos comunhão na fé e na caridade, para através dela nos salvarmos.

7. Cremos que só por Cristo Jesus somos salvos. “Não há sob o céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12) - , mas não podemos deixar de crer que ele aplica esta salvação através da Igreja Católica por ele estabelecida e realiza, através do ministério de homens, a reconciliação com Deus. “Tudo isto precede de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação”, disse Paulo (2Cor 5,18). Esta reconciliação é o perdão dos pecados, dispensado nos sacramentos, através dos sucessores legítimos dos apóstolos em todo o mundo e em todos os tempos.

8. Nossa fé católica tem, assim, um pouco fundamental de apoio: a sucessão apostólica. Para validade do ministério humano-divino exercido dentro da Igreja instituída por Cristo, deve haver um elo histórico de sucessão aos apóstolos; onde se rompeu este ele, cessou o ministério legítimo e a ligação com o Senhor que salva. É o caso das nossas irmãs Igrejas ditas “cristãs”, porém não católicas, porque não são apostólicas.

9. Por isso, cremos que a união à Igreja Católica, efetivada somente através da sucessão dos apóstolos, é garantia ordinária de remissão dos pecados, de vida em graça e penhor de salvação.

10. Nossa fé, finalmente, não é só para a presente vida. “Se temos esperança em Cristo tão-somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens” (1Cor 15,19). Nossa confiança se firma em crermos na ressurreição da carne e na Vida Eterna.

11. É tudo isso o que a Igreja Católica acredita. E assim afirmamos no dia em que fomos crismados: “Esta é a nossa fé, que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razoa de nossa alegria em Cristo Nosso Senhor.”

Conclusão:
     Não basta crer. É preciso viver a fé, e vivê-la em santidade. Daí a exigência dos mandamentos. Daí a moral que a Igreja ensina.
     Dizer que se crê em Jesus Cristo, e continuar vivendo vida injusta ou dissoluta, é mentir à própria consciência.
     Como confirmação da fé que prega, a Igreja Católica ensina que é preciso viver a santidade, que é pobreza, humildade, mansidão, perdão das ofensas, fuga de toda a corrupção; numa palavra, semelhança com Cristo e prática do Sermão das Bem-Aventuranças, que Cristo concluiu assim: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,1-48).

Do livro Crenças, religiões, igrejas & seitas: quem são?
Um livro indispensável para a família católica
por Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.

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