"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

terça-feira, 11 de maio de 2010

Serva do Senhor Senhora Nossa

Ir. Aleixo M. Autran, marista

Gostamos de coroar suas imagens, chamamo-la Nossa Senhora e Rainha, consagramo-nos ao seu serviço. Mas não faltam equívocos e reservas de alguns a respeito da realeza universal de Maria.

Há quem prefira vê-la como simples mulher do povo, sem tanta “grandeza” que, segundo dizem, empanaria a singeleza do seu perfil evangélico. Os irmãos separados se escandalizam ao ver-nos tributar a ela louvores e honras. Afinal Jesus Cristo não é o único Senhor (1Cor 8,6)?

Convém entendermos bem o que diz a Igreja quando, desde o século IV, reconhece na Mãe de Deus nossa Rainha e Senhora.

Maria é a Mãe do Rei-Messias, por Ele remida de modo mais sublime e associada como generosa companheira na obra de nossa redenção. “Mãe do meu Senhor!” (Lc 1,45). Pela sua assunção ao céu, passou a reinar com o Filho (cf. Sl 44,10), participando do seu senhorio de amor sobre os corações e sobre o cosmos. Não foi o próprio Jesus quem nos garantiu: “Vós que permanecestes constantemente comigo em minhas tentações, também eu disponho para vós o REINO, como o meu Pai o dispôs para mim...” (Lc 19,28-29)? “Se com Cristo sofremos, com ele reinaremos” (2Tm 8,12f). Maria foi a primeira a participar dessa realeza de todo o povo de Deus.

Como humilde serva, desde a Anunciação, ela acolheu em si mesma o reino de Deus. Foi, durante toda a vida, plenamente aberta e disponível à soberania absoluta de Deus e por isso dominou sempre as forças do mal e acabou vencendo o último inimigo, a morte.

A coroa da glória que lhe conferiu a SSma. Trindade nada mais é do que o símbolo (em nossa pobre linguagem humana) do prêmio eterno de sua fidelidade maternal e discipular a Jesus Cristo.

Mas a realeza de Maria tem sabor evangélico. Não consiste em mandar ou dominar. Esgota-se no servir, no existir para os demais a fim de que toda língua confesse: Jesus é o Senhor! Para a glória de Deus, o Pai (Fl 2,14).

“A glória de servir não cessa de ser a sua exaltação real: elevada ao céu, não suspende aquele seu serviço salvífico em que se exprime a mediação materna, até a consumação perpétua de todos os eleitos.” (RM 42).

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