Marcos 7,1-8.14-15.21-23
Cristo não veio abolir a Lei antiga; veio completá-la e aperfeiçoá-la. Não veio apagar as tradições sadias; veio enriquecê-las e santificá-las.
Na podemos aposentar as leis justas ou recusar as tradições santas. Quem não aceita lei alguma, não passa de imaturo e individualista, incapaz de assumir os compromissos comunitários, a garantir-nos progresso, liberdade e segurança. E quem não sabe descobrir o valor das boas tradições, acaba renegando a riqueza de suas próprias raízes.
Contudo, não somos servos das leis e tradições; elas é que são nossas servas...
Há lei e leis; tradições e tradições. As leis que se tornam instrumentos de manipulação e dominação do fraco indefeso, não merecem respeito. E as tradições que mantém o homem amarrado a seu passado e lhe impedem a caminhada para suas legítimas aspirações, não merecem sobreviver.
Cristo declarou guerra a toda idolatria pelas leis e tradições; ainda mais quando elas não estão de acordo com a vontade de Deus nem se inspiram em sua Palavra. No entanto, quantas vezes a vontade de Deus foi preterida e quantas leis foram elaboradas à revelia do Evangelho...
Certas leis, que alegram os mais fortes e põem a gemer os mais fracos, podemos jurar que sempre batem com a mensagem evangélica? Em verdade, nenhuma lei ou tradição está acima do homem. Até as igrejas e as coisas sagradas, como ornamentos e paramentos litúrgicos, valem menos que um homem...
“... não se pode preferir os ornamentos supérfluos das igrejas ou os objetos preciosos do culto divino; poderia ser obrigatório alienar esses bens para dar de comer, de beber e de vestir a quem disso estiver carente” (João Paulo II, Solicitude social, nº. 31).
É que as leis e tradições humanas, ainda que justas, são transitórias; e jamais podem ser idolatradas. Ao passo que o homem é eterno; e jamais pode ser rebaixado...
Pe. Virgílio, ssp
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