"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Colaborar, fugir ou agredir?


Perante certos senhores deste mundo, que costumam abusar de seus poderes e oprimir o homem sem defesa, só temos três alternativas: colaborar, fugir ou agredir.

Colaborar com esses “senhores” é tornar-se cúmplice de pecado deles. É fazer-se injusto, violento com os violentos, explorador com os exploradores, ladrão com os ladrões, corrupto com os corruptos... Colaboracionismo é o pecado de todos os modernos “filhos de Zebedeu”, disponíveis a qualquer comprometimento desonesto, até a vender a própria alma para conseguirem uma reluzente cadeira à direita ou à esquerda dos que detém o poder. Não, a alternativa do colaboracionismo não é digna do nome cristão.

Fugir é covardia e omissão. É deixar o injusto dono da situação, livre para consumar seus crimes contra o Céu e contra a Terra; bem à vontade para semear desgraças, lágrimas e fome no meio dos filhos de Deus. É abandonar o irmão à fúria de Caim; é largar o cordeiro nas garras do lobo, para salvar a própria pele. Por isso, fugir é que não podemos.

Só nos resta a alternativa mais incômoda e perigosa: Agredir. Foi a alternativa que Cristo escolheu, e bem sabemos quanto lhe custou. E se nós estivermos dispostos a beber o mesmo cálice que ele bebeu, então vamos partir para a agressão...

Mas agredir como Cristo agrediu os “grandes” de seu tempo: com a arma pacífica da verdade; com palavras ditadas pelo amor e pelo desejo de salvar; não de condenar; com atitudes de mansidão e de perdão; com gestos de acolhida e de serviço, a fim de transformar os corações de pedra em corações de carne, abertos ao novo sopro da mensagem evangélica.

A lógica da dominação tem que acabar: “Entre vocês não deve ser assim”, diz Jesus. Cabe-nos formar comunidades diferentes, alternativas, para o mundo ver que ainda é possível conviver como irmãos, no serviço recíproco, no perdão e no amor.

Padre Virgílio, ssp

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