Crer no jeito de Maria significa assumir um modo diferente de ser, de viver, de falar e de agir. Porque hoje, o que está em crise não é a fé, mas a vivência da fé; o que está em falta não é a fé, mas as testemunhas da fé.
Quem aprendeu a crer do jeito de Maria sabe que, hoje, só amar não basta mais: é preciso também não se conformar com o ódio e a violência que devastam a Terra.Só perdoar não basta mais: é preciso também reagir à lógica da vingança.
Só repartir o pão não basta mais: é preciso construir comunidades em que não haja quem passe fome.
Só ser justo não basta mais: é preciso também preparar um mundo sem injustiças.
Só viver unidos na intimidade do lar não basta mais: é preciso também comprometer-se em criar a unidade entre as pessoas de todas as cores e de todas as raças.
Nós, Igreja de Cristo, precisaríamos pedir perdão ao mundo de joelhos, por sermos, nós próprios, a “crise” vivente da fé; por deixá-la estacionada em nós, quando deveria ser vivida ao ar livre. E é a não-vivência da fé que põe em crise o amor, o perdão, a justiça, a partilha fraterna e a unidade.
A solução é crer do jeito de Maria, que caminhou crendo na Palavra do Senhor. É crer e ser gente nova; crer e renascer cristãos; crer e reproduzir Cristo em nossa vida. Só assim é que a face da Terra será purificada e o rosto de cada ser humano refletirá o rosto de Deus.
Padre Virgílio, ssp
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