"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Transfiguração de Jesus – Revelação da sua Glória e Divindade

Mt 17,1-8; Mc 9,2-8; Lc 9, 268-36


          Vocês não devem pensar, meus amigos, que Jesus, apesar de ser o Filho de Deus, fosse, na aparência, muito diferente dos outros homens. Sim, certamente, alguma coisa de extraordinário e de sobrenatural devia irradiar de sua divina Pessoa, mas não tanto que se pudesse reconhecer como aquele que, verdadeiramente era. Acreditavam-no um Profeta, que tivesse voltado sobre a terra, talvez diante dos milagres, que ele operava, mas não iam além disso. Somente Pedro, interrogado, certo dia, pelo divino Mestre, declarara reconhecê-lo pelo “Cristo, Filho de Deus vivo”.
          Mas, já era tempo do Messias revelar-se mais claramente, ao menos para os Apóstolos mais fieis.
          Jesus tinha subido a um monte muito alto, chamado Monte Tabor. Tinha levado consigo Pedro, Tiago e João, aqueles três Apóstolos que, depois, estariam com ele, durante sua agonia, no Horto das Oliveiras. Estavam cansados pela subida e pelo calor. Depois de terem admirado a esplêndida vista que dali se descortinava, deitaram-se e dormiram. Jesus, ao contrário, vigiava, absorto em sublime oração.
          De repente, Jesus se transfigurou, isto é, sua divina Pessoa tornou-se todo um esplendor e suas vestes apareceram alvas e fulgurantes de viva luz. De um lado e de outro Jesus, estavam duas grandes personagens do Antigo Testamento, Moisés e Elias.
          Os Apóstolos, despertados por aquele ofuscante clarão, viram a glória do seu Mestre e parecia-lhes estar no Paraíso. Pedro exclamou:
          - “Mestre, fiquemos aqui para sempre! Se quiserdes levantaremos três Templos, um para ti, um para Moisés e outro para Elias!”
          Mas, logo uma nuvem envolveu todos na sua sombra e uma voz se fez ouvir:
          - “Este é o meu Filho muito amado, escutai-o!”
          Ao ouvir aquela voz, os discípulos, tomados de misterioso tremor, caíram de bruços e não ousavam levantar a cabeça. Mas, o divino Mestre, aproximando-se, despertou dizendo:
          - “Levantai-vos e não temais!”
          E, levantando-se, olharam em torno de si e só viram Jesus. Viram só Jesus, no seu aspecto de sempre, mas agora sabiam quem ele era! E, proclamariam em altas vozes, diante de todos aquilo que viram o ouviram, se, ao descer o monte, o divino Mestre não lhes tivesse dado esta ordem:
          - “Não digais nada a ninguém, enquanto o Filho do homem não tiver ressuscitado dos mortos”.
          Eles não compreendiam aquelas palavras e diziam uns aos outros:
          - “O que significa “quando eu ressuscitar dos mortos?”
          Vocês veem claramente, que se Jesus devia ressuscitar, necessariamente tinha de morrer. Isto, ele queria que os três Apóstolos compreendessem. Mas, como era difícil pensar, que Jesus, sendo o Filho de Deus, devesse ao mesmo tempo, morrer, crucificado, sob a violência de homens malvados!
          Agora Jesus está na glória do Céu e reina sobre toda a terra e é adorado e amado por inúmeros corações. Mas, infelizmente, muitos e muitos ainda não o conhecem. Nem a todos ele se manifesta. É preciso segui-lo; é preciso subir com ele, acima de todas as agitações mundanas. Felizes aqueles que estão em prece junto dele. Esses provam quanto ele é grande e quanto é amável. Por isso, se vissem todos os homens declarar-se contra Jesus, eles, sozinhos, o glorificaram diante do mundo inteiro.
         Encontre um minutinho, todos os dias, para visitá-lo no Santo Tabernáculo e, para dizer-lhe bem de pertinho: “Como sou feliz junto de ti, ó meu Senhor! Ainda que nada veja com meus olhos sensíveis, sei que estás presente, ó predileto Filho único de Deus, vindo entre nós e para nós! Eu te amo, eu te quero escutar sempre sempre!”

P. César Gallina - A Pequena Bíblia

Nenhum comentário: