... nossas vantagens!
Até aqui, olhamos as nossas vantagens, ao permitir a invasão do Anjo em nossa vida. Sua permanente companhia nos transmite, paulatinamente, suas características: alegria mais profunda, fé mais arrojada, faro sensível de distinção entre o bem e o mal.
O que mais nos intimida para efetuar o pacto de amizade irrevogável com o nosso Anjo, é a vertigem do pecado. Justamente aqui o Anjo aparece como um mestre maravilhoso: o pecado, de per si, é fruto da tristeza, ou sua causa. Quem estiver muito feliz, realmente feliz, não necessitará mais da alegria aparente, que é o nome vivencial do pecado. Bastaria uma faísca da alegria angelical e dispensaríamos o pecado para o resto da vida. Ele tira o espinho do desânimo, que é o máximo refinamento dum orgulho camuflado.
... o pedido dele!
Falando humanamente, os Anjos nos respeitam devido à nossa grande aventura da liberdade, acrescida com a dignidade de sermos filhos de Deus e coerdeiros de Cristo, e tudo isto na vida sacramental da Igreja.
Os Anjos querem participar de nossa vida sacramental, homenagear conosco o Sangue Precioso de Cristo, renovado, cada dia, nos altares de todo o mundo. Querem alegar-se com todo pecador convertido.
Na comunhão eucarística, querem conosco unir-se a Cristo. É o ideal dos Anjos participar, aqui na terra, de nossa vida, até as culminâncias da vida sobrenatural! É uma honra para eles. É uma alegria, porque assim participarão ativamente da tremenda aventura dos destinos eternos do homem!
... o céu, mais céu!
Nossa alegria e amizade, no céu, terá coloração acentuadamente angelical. Se nossa felicidade há de repousar sobre a aventura da liberdade na terra, os Anjos terão direito a uma parcela desta alegria.
Como pode alguém alegrar-se com o seu Anjo, no céu, se na terra nem tomou conhecimento dele, não conscientizou a sua participação decisiva na conquista da felicidade eterna, se até o negou, ou, pelo menos, desprestigiou.
Podem faltar-nos amizades terrenas, ou elas nos desiludirem, mas a amizade do Anjo transborda, aos poucos, numa prelibação da amizade celeste e da alegria eterna.
Por isso, entra neste mundo novo dos Anjos, feito para os homens em marcha, nesta terra, é uma Graça, uma Vocação, um Chamamento de Deus, e um Sinal de salvação eterna.
“... para te conduzir ao lugar que te preparei...” (Ex 23,20-24).
Afonso de Santa Cruz
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