"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O que é a Bíblia


A palavraBÍBLIA” significa “os livros”, Istoé, os livros mais preciosos e mais importantes que se encontram sobre a face da terra.

Chamam-se “Livros Divinos” ou “Sagrada Escritura” porque, ainda que escritos por homens, foram inspirados, isto é, compostos por Deus, que se serviu do homem, como livre instrumento, dirigindo-o e dando-lhe assistência. São, portanto, os ensinamentos, os avisos de Deus; são, por assim dizer, as cartas que ele mandou aos homens.

Quantos são os livros da Sagrada Bíblia? São muitos. Mas antes que lhes diga o número deles, caros amigos, vocês devem saber que os livros da Bíblia se dividem em duas séries: os escritos em tempo antiqüíssimo, muito antes de Cristo, a começar de Moisés, fazem parte da primeira série, que se chama “Antigo Testamento”. E os outros, escritos depois de Jesus, isto é, os quatro Evangelhos, os Atos e as Cartas dos Apóstolos e, finalmente, o Apocalipse, fazem parte da segunda série, que se chama “Novo Testamento”. Mas vocês querem saber o número exato deles, não é verdade? Aqui está: Os livros do Velho Testamento são 46; os do Novo 27.

Antigamente, quando não havia tipografia e os livros eram escritos a mão, estes custavam caríssimo e era muito difícil possuí-los. Apesar disso, os cristãos daquele tempo faziam o possível para obter ao menos algumas páginas deles, as quais levavam sempre consigo e às vezes queriam que fossem colocadas sobre o peito, na hora da morte.

Um imperador de Roma chamado Diocleciano, certa vez, deu ordem aos cristãos para entregarem aos seus representantes, isto é, aos prefeitos e aos juízes, os Livros Sagrados que possuíam. Pensam vocês, que os cristãos os entregaram, ou agindo como espiões, denunciaram onde estavam escondidos? Nem por sonhos! E entre eles havia também jovens que se sujeitavam a qualquer tormento e preferiam até morrer, a entregar a Sagrada Escritura.

Será que vocês amam assim também os Livros Sagrados? Se vocês ganhassem de seus pais ou de amigos uma Bíblia, como belíssimo presente, como a guardariam? Iriam colocá-la em lugar de honra? Iriam estudá-la, com boa vontade e de preferência a qualquer outro livro?

Veja o que fez um menino que, sendo pobre, sem mestre e sem livros, queria por toda a lei aprender a Sagrada Escritura. Sabendo que em uma grande sala se reuniam mestres e doutores da Lei para estudar e explicar os Livros de Deus, suplicou, ardentemente ao porteiro que o deixasse ficar atrás de uma parta para escutar. Mas o porteiro respondeu que, sem pagamento, não deixaria. Que fazer? Arranjou um trabalho e, do que ganhava, metade era para seu sustento e a outra seria para o porteiro.

Porém o trabalho, depois de certo tempo, se acabou e o bravo menino foi repelido pelo ambicioso porteiro. Que tristeza! Atrás da porta tinha aprendido coisas tão belas! Agora não podia ouvir mais nada! Ele daria até a vida para conhecer sempre melhor a palavra de Deus; e, sem pensar em comer ou beber, girava em torno daquela casa, sem sossego. MS, eis uma descoberta!

Havia uma janela no teto! Talvez de lá pudesse escutar a leitura da Bíblia!

Quando a noite chegou, subiu ao teto e fez todos os esforços para ouvir alguma coisa; mas pobrezinho! Era inverno e caíam flocos de neve. Sentia fome e muito frio. Com o passar das horas foi tomado de tal fraqueza, que desmaiou.

O dia seguinte era sábado, isto é, a festa dos hebreus. Os mestres e doutores da lei voltaram ao salão. Descobrindo uma sombra na vidraça, quiseram saber o que era. Subiram, apressadamente, as escadas e pasmaram diante daquela criança pálida e imóvel. Foi descida ante os olhos cheios de espanto de todos os jovens, que souberam, por confissão do porteiro, quanto ele amava o estudo da Bíblia.

Então fizeram-no voltar a si e, como se fosse filho de um rei ou um santo, colocaram-no no meio do povo e o mostravam a todos, dizendo: “Louvemos todos este menino herói, que sofreu fome e frio, pondo em perigo a própria vida para aprender a Bíblia!”

Contam que este jovem extraordinário tornou-se depois, um grande doutor da Lei: o famoso Hillel.

Depois deste belo exemplo, quem de nós poderá encontrar desculpas para a própria negligencia?!

Vocês, queridos amigos, que não precisam trabalhar todo o dia, nem pagar, nem se expor ao frio sobre o telhado, para aprender a Sagrada Bíblia, não querem escutar com boa vontade aquilo que Deus lhes manda dizer?

Como são infelizes as crianças às quais ninguém ensina as belas coisas que estão nos Livros Sagrados! Vocês devem dar mil graças a Deus que lhes proporciona estes ensinamentos, chamando-os ao catecismo. Sim, prometam não deixá-lo nunca, por negligência ou imprudência.

A Pequena Bíblia - Pe. César Gallina

Nenhum comentário: