São Pedro – Suas Duas Cartas

            Vocês já conhecem um pouco a vida de S. Pedro. No Evangelho fala-se muitas vezes nele. Jesus o tinha sempre perto de si, e, finalmente, o constituiu Príncipe dos Apóstolos.

          Depois que o divino Mestre subiu ao Céu era S. Pedro quem tomava a palavra em primeiro lugar. Vocês se recordam como ele pregou diante do povo no dia de Pentecostes depois como respondeu aos príncipes dos sacerdotes no Templo?

Ele batizou o primeiro pagão que entrou na grei de Jesus, isto é, o centurião Cornélio e foi o chefe do Primeiro Concílio que houve em Jerusalém.

            Não se conhece bem os lugares onde ele começou a pregar a fé. Com certeza sabemos que fundou e governou a Igreja de Antioquia por sete anos; parece que tinha evangelizado Corinto, o Ponto, a Galácia,

a Capadócia, a Ásia proconsular e a Bitínia.

            Depois fundou e governou, durante vinte e cinco anos, a Igreja de Roma, onde, enfim, sofreu duríssima prisão e o martírio.

            Nos últimos anos da sua vida, quando já estava desencadeada a perseguição de Nero contra os cristãos espalhados por tudo o impérios, escreveu de Roma a carta aos fieis, especialmente, àqueles espalhados pela Ásia Menor.

            Eles eram grandemente provados e tribulados.

            S. Pedro, com suas cartas quis encorajá-los e dar-lhes conselhos, adaptados às dificuldades do momento. São cartas cheias de sabedoria prática e, ao mesmo tempo, revelam o belo caráter de S. Pedro, tão ardente e tão bom.

            Sua segunda carta é considerada como o testamento do Príncipe da Igreja. Vejam que belas palavras disse:

            - “Bendito seja Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual na sua grande misericórdia e mediante a ressurreição de seu Filho fez surgir em nós, a viva expectativa em uma herança incorruptível, incontaminada e imarcescível, reservada para nós nos Céus. À estes pensamentos deveis experimentar uma grande alegria, porque embora no presente, por pouco tempo sofrais tribulações, aflições e tentações, para que se ponha em prova a vossa fé, que é muito mais preciosa que o ouro, se encontre digna de louvor, de glória e de honra, quando aparecer Jesus Cristo, que vós amais sem ter visto e no qual ainda agora credes, sem ver; por isso exultareis de alegria inefável, cheia de glória e alcançareis o prêmio da vossa fé – a salvação das vossas almas” (Primeira Carta 1,3-9).

            “Como filhos obedientes não vos conformeis com os desejos do passado, quando estáveis ainda na ignorância. Mas como aquele que vos chamou é santo, sede santos também vós em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sereis santos porque eu sou santo”.

            “E se chamais Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, vivei com temor, durante essa vossa peregrinação; sabendo que fostes resgatados da vã maneira de viver, não pelo preço do ouro ou da prata que são corruptíveis, mas pelo sangue precioso de Cristo, do Cordeiro Imaculado e sem contaminação” (1,14-19).

            Recomenda o bom exemplo:

            “Caríssimos, eu vos recomendo que, como estrangeiros e peregrinos neste mundo vos guardeis dos desejos carnais, inimigos da alma. Portai-vos, com honestidade entre os Gentios, para que em vez de caluniar-vos como se fosseis malfeitores, vendo as vossas boas obras; glorifiquem a Deus no dia em que os visitar” (2,11-12).

            Fala também dos vários deveres:

            “Sejam os servos sujeitos com todo o respeito aos seus patrões, por consideração a Deus. As esposas ao seu marido e os maridos tenham muita consideração pela fragilidade da sua mulher. Todos devem ser compassivos e bons para com o próximo; misericordiosos, modestos, humildes. Fujam das culpas do passado e, confortados com o testemunho da boa consciência, nenhum tema as ameaças dos perseguidores.

            Felizes aqueles que podem participar dos padecimentos de Cristo ou que estejam injuriados pelo seu nome. Enfim é necessário que o cristão seja ativo e vigilante como uma sentinela”.

            “Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo vosso adversário, como leão que ruge, gira em torno de vós procurando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. O Deus de toda a graça, aquele que nos chamou à eterna glória, em Jesus Cristo, vos aperfeiçoará, vos confortará e vos tornará constantes. A ele a glória e o império, por todos os séculos dos séculos, amém” (5,8-11).

            Seria necessário saber de cor as cartas de S. Pedro. São cartas de um pai, de um pastor, como Jesus quis que fosse seu primeiro vigário na terra.

            Amemos o Sumo Pontífice. Ouçamos, em tudo, sua palavra, porque é a palavra da verdade, do bem e da salvação.

A Pequena Bíblia - P. César Gallina