Lc 5,17-26; Mc 2,1-12; Mt 9,1-8
Depois de alguns dias de ausência, Jesus voltara para sua cidade, isto é, para Cafarnaum, onde estabelecera sua principal moradia. Assim que souberam disso, pessoas de todas as partes acorreram a ele. De Jerusalém vieram até os fariseus e os doutores da Lei e todos se acotovelavam, na casa e no pátio, de modo que, ninguém podia entrar nem sair.
O bom Mestre, entretanto, ministrava seus ensinamentos e todos pendiam dos seus lábios.
De repente, ouve-se um rumor no terraço e viu-se uma parte do piso tirada; e, pela abertura, descer um doente deitado numa esteira. Que aconteceu? Não podendo entrar pela porta, desceram o doente pelo terraço, a fim de apresentá-lo a Jesus.
Interrompeu Jesus seu discurso e, com olhar perscrutador e bom ao mesmo tempo, vu a fé daquela boa gente e considerou, que aquele homem estava mais doente da alma que do corpo. Teve piedade dele e lhe disse amorosamente:
- “Tem confiança, filho, os teus pecados te são perdoados”.
Eis uma palavra nova e um fato novo. Deus pois, olhava não só o corpo mas também a alma. Só Deus pode perdoar os pecados; como então ousava dizer isto? Ele era, talvez, Deus?
Assim pensavam os escribas e os fariseus. Mas Jesus que lia os segredos dos corações, acrescentou:
- “Por que vos deixais levar por esses maus pensamentos? Que achais mais fácil, fazer este paralítico andar ou perdoar-lhe os pecados? Mas, para que acrediteis, que eu posso perdoar os pecados, eu digo a este enfermo: - “Levanta-e toma o teu leito e anda!”
E aquele homem, imediatamente, se levantou, tomou sua maca e voltou para casa, perdoado, curado e feliz.
Jesus, para mostrar que podia perdoar os pecados, fato este que não se pode ver com os olhos do corpo, operou um milagre, que se podia ver e tocar. Mas os fariseus não se conformaram diante da evidência do fato e sacudiam a cabeça, duvidando. Entretanto, a gente simples e sem preconceitos dava glória a deus e dizia:
- “Nunca vimos coisa semelhante!”
Nós sabemos que Jesus perdoa os pecados, que são o nosso maior mal, mas, nem todos os pecadores são levados aos pés de Jesus como o paralítico. Como são felizes aqueles, que por pessoas amigas e zelosas são reconduzidos ao Redentor!
Não deixem que pessoas que lhes são caras, seus parentes e amigos, vivam longe de Jesus! E vocês de sua parte, digam-lhe sempre: - “Curai, ó Jesus, antes de tudo a minha alma e perdoai os meus pecados”.
P. César, Gallina – A Pequena Bíblia
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