"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A expectativa de Deus


Apesar de tudo, o homem sabe e sente que Deus está à sua procura e percebe que o Deus que o criou – não só como pessoa singular mas como humanidade inteira – não o abandonou a si mesmo, mas que o persegue, procura, chama e convoca para ainda lhe oferecer alguma coisa, para orientá-lo a descobrir a própria verdade e saber usufruí-la melhor.

Desde o princípio, nas diferentes culturas, o homem percebe intervenções de Deus, de mensageiros enviados por ele para iluminar e ajudá-lo a interpretar acontecimentos particulares ou que atingem a coletividade como manifestações pessoais de Deus. todas as religiões de ontem e de hoje se reportam a um fundador que se apresenta como “iluminado” por Deus, envidado por ele num determinado momento para instruir, corrigir desvios, inclusive religiosos, e abrir o caminho ideal que conduzirá à salvação.

Sem querer avaliar aqui o fundamento histórico dessas manifestações e das crenças que se lhes seguiram, não se pode deixar de apreender a persuasão, mais ou menos, consciente de alguma intervenção de Deus para re velar-se aos homens, libertá-lo do erro e assegurar-lhe um destino melhor. Assim pode-se explicar também as chamadas “visões” que sempre imprimem ritmo à busca religiosa do homem. Isso não significa que tudo seja verdadeiro e que Deus se manifesta de acordo com as descrições dos videntes, mas que no espírito humano é forte a persuasão de que Deus não está inerte, pelo contrário segue a sua criatura e quer ajudá-la a não errar e a encontrar sempre a verdade em relação a si mesma.

Além disso, como explicar certos fatos, certos episódios que encerram algo de extraordinário, até mesmo impossível, certas manifestações da presença divina que opera acima das leis naturais, manifestações essas comprovadas concretamente e que eliminam todo tipo de ilusão possível? Não são formas de interferência de Deus querendo fazer o homem compreender o interesse perene que ele, o criador, demonstra por essa sua criatura especial em toda a realidade existente?

Não é correto enfatizar ou aceitar tudo o que aparece como extraordinário sem antes certificar-se inequivocamente. Também não é correto rejeitar tudo isso como impossível e, portanto, inexistente, negando até mesmo fatos documentados.

Mais uma vez, o ser humano é obrigado a reconhecer a sua dependência de Deus, sem nada exigir, sem nada excluir, confiando nele sem querer impor-lhe nenhuma condição.

Confiar em Deus vale a pena? – Giorgio Basadonna

Um comentário:

Carla Martins disse...

É...Santo Agostinho já dizia que o homem foi feito para Deus e inquieto é seu coração enquanto não o encontra - ou seja, além de Deus estar sempre em torno de suas criaturas, ele também nos atrai, querendo ou não! Bela postagem, mãe! beijo!