"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A Paixão – Jesus diante de Pilatos e de Herodes

Mt 27,2-14; Mc 15,1-5; Lc 23,1-12; Jo 18,28-38
O Sinédrio, isto é, o tribunal dos judeus tinha condenado Jesus à morte, mas, não podia mandar executar sua sentença. Os judeus eram súditos dos romanos, portanto dependiam deles em tudo.
Os romanos tinham, na Palestina, o representante do seu poder ou seu Procurador, que naquele ano era Pôncio Pilatos, vindo de Roma com sua mulher Prócula. Habitava na cidade de Cesaréia, mas, nas festas de Páscoa, residia num grande palácio em Jerusalém, com seus soldados. Esperava ele que a festa se realizasse tranquila e alegre; mas, eis que, nas vésperas, logo de manhã foi despertado com urgência. Avisaram-no que os príncipes dos judeus com muita gente viriam ao seu palácio, trazendo, preso, Jesus, o Profeta de Nazaré. Já o tinham julgado como réu de morte e queriam que ele, como Procurador romano, confirmasse a sentença e a mandasse executar, antes da tarde, isto é, antes de começar a Páscoa.
Pilatos compreendeu logo, que não se tratava de um delinquente mas, que era toda uma questão de inveja e de malvadez; por isso, não tinha vontade alguma de pactuar com semelhante processo.
Quando chegaram, ele apareceu no terraço e perguntou:
- “Que acusação trazeis contra esse homem?”
Eles responderam com arrogância:
 - “Se ele não fosse um malfeitor, no ao o traríamos a tua presença!”
Pilatos, despeitado, replicou:
- “Prendei-o vós e julgai-o segundo as vossas Leis!”
Responderam os judeus:
- “A nós não é lícito mandar alguém à morte!”
Vejam, não queriam que Pilatos examinasse o acusado e julgasse, segundo os fatos. Estava já estabelecido, que Jesus devia morrer. De Pilatos pretendiam somente a aprovação. E, para impressioná-lo, começaram a acusa-lo, gritando:
- “Nós o encontramos excitando o povo à desordem; e impedia de pagar o tributo a César; e andava proclamando que era o Cristo, Rei!”
Pilatos entrou no Pretório e mandou que trouxessem Jesus e lhe disse:
- “És tu o rei dos judeus?”
Jesus respondeu:
- “Sabes isto por ti mesmo ou to disseram os outros?”
Pilatos obcecado pelas contínuas rixas que havia naquele pérfido país, replicou grosseiramente:
- “Quem sou eu, talvez um judeu? É a tua nação e são os príncipes dos sacerdotes, os que te entregaram a mim. Dize-me o que fizeste”.
E Jesus, respondeu à primeira pergunta, isto é, se era rei dos judeus, disse:
- “O meu reino não é deste mundo. Se fosse deste mundo, os meus súditos, certamente, lutariam para que não fosse entregue nas mãos dos judeus; mas, o meu reino não é desta terra”.
Pilatos acrescentou: - “Mas, de que modo tu és rei?”
Jesus responde:
-“Sim, eu sou Rei para isso nasci e por isso vim ao mundo, para proclamar a verdade. Quem ama a verdade, escuta a minha voz”.
Disse Pilatos: - “O que é a verdade?”
Entretanto os príncipes dos sacerdotes e os anciãos, tumultuavam, multiplicando as acusações contra ele. Pilatos escutou por um momento. Jesus não fazia caso daquilo que diziam. Então Pilatos lhe disse:
- “Não respondes nada? Não ouves quantas coisas dizem contra ti?”
Mas Jesus nada respondeu. Pilatos estava maravilhado. Era evidente que nada havia contra Jesus. Era preciso que todos soubessem, Pilatos foi aos príncipes do povo e lhes disse: _ “Eu não encontro nenhuma culpa neste homem!”
Entretanto eles insistiam dizendo que Jesus sublevava toda a nação começando pela Galiléia. Então Pilatos perguntou se Jesus era galileu; e, sabendo que era galileu e, portanto súdito de Herodes, muito feliz, por livrar-se daquela responsabilidade mandou para ele.
Herodes estava também em Jerusalém para as festas. Há muito tempo desejava conhecer de perto aquele Jesus, do qual tanto se falava e teve grande alegria, quando o conduziram a sua presença.
Todas as pessoas do palácio vieram para vê-lo e também a escolta militar. Esperavam que Jesus fizesse, em sua presença, algum maravilhoso prodígio.
Herodes se afanava em fazer-lhe perguntas; mas, Jesus não disse uma palavra e nem mesmo levantou os olhos. Herodes era um malvado, uma “raposa” como o havia chamado o próprio Jesus. Ali estavam todos só por curiosidade, sem nenhuma finalidade boa. Não mereciam resposta.
Contrariado e humilhado, Herodes quis vingar-se: Fez passar Jesus por um louco, e, como tal, vestiu-o com uma veste branca e o mandou de volta para Pilatos. O divino Mestre, a divina Sabedoria, refazia a estrada de Jerusalém entre os escárnios, como um demente. Ó mistério da humildade!
Jesus não fala a quem não deseja sinceramente conhecer a verdade. Mas vocês ao contrário, o desejam e muito, não é? Para isso conheçam a Palavra de Deus, seus ensinamentos. Digam pois com fé ao Mestre paciente e amoroso: - “Não vos caleis diante de mim, Senhor, mas falai, falai sempre, porque eu vos quero escutar”.
 

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