"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Igreja perdoa pecados

A Igreja recebeu o poder de perdoar os pecados: “Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados” Jo 20,21.
Depois de os apóstolos receberem o Divino Espírito Santo, se espalharam pelo mundo: pregando o Evangelho, batizando, perdoando.
Nos primeiros anos da Igreja era praticada a confissão pública.
Isto é, os cristãos que cometiam graves pecados públicos, se arrependiam publicamente, e publicamente recebiam o perdão da Igreja, e eram reintegrados no seio da Comunidade Cristã.
Ao tempo das grandes perseguições, de Nero, Diocleciano, etc., muitos cristãos eram condenados a morte cruel, se não renegasse sua fé em Cristo.
Muitos, em massa, forte na fé, não negavam a Cristo, mas preferiam a morte. E foram milhares e milhares.
Muitos porém, com medo da morte, fracos na fé, e influenciados pelos parentes, etc., renegavam Cristo e sacrificam os ídolos.
Outros, talvez, através de amigos entre os pagãos, conseguiam o certificado de ter sacrificado aos ídolos, sem ter sacrificado, e eram deixados em paz. Mais tarde, quando a perseguição terminara, os cristãos que tinham sacrificado aos ídolos, queriam voltar, arrependidos, no convívio da Igreja.
Antes, porém, deviam confessar seu pecado, publicamente, pedir perdão publicamente, e publicamente recebiam o perdão da Igreja, e eram readmitidos na Comunhão com os fieis.
Também aqueles que, para não morrer, sem sacrificar aos ídolos, obtinham com amigos o certificado de ter sacrificado aos ídolos, estavam com a consciência pesada, e iam confessar-se ao sacerdote, para receber o perdão, secretamente, na confissão secreta, ou auricular.
O Bispo de Cartago, Cipriano, morto no ano 258, assim escreve destes cristãos: - “QUÃO grande fé e que salutar temor manifestam aqueles que, sem ter cometido o mal de sacrificar aos ídolos, ou de obter para si um atestado de sacrifício (idolatria), tendo, porém, concebido a intenção de sacrificar, vêm MUITO CONTRITOS CONFESSAR ISTO AOS SACERDOTES de Deus, e eles, o dão a conhecer e, embora pequeninos e leves, sejam os seus ferimentos (PECADOS) pedem o remédio que os cura (PERDÃO).
"Rogo-vos, portanto irmãos meus, que cada qual CONFESSE a sua falta, enquanto ainda está neste mundo, enquanto a sua confissão ainda pode ser aceita, enquanto a satisfação e a remissão POR MEIO DOS SACERDOTES ainda são agradáveis a Deus”. São Cipriano De Lapsis, n. 28.
A DIDACHÉ é um livrinho de devoção dos primeiros cristãos, um verdadeiro catecismo. Este catecismo estava nas mãos de todos os cristãos. Foi escrito entre os anos 80 e 100 da era cristã.
No número 4 deste manual de religião, se ensina que a confissão dos pecados deve ser feita publicamente “NA ASSEMBLEIA DA COMUNIDADE”.
E no número 14, quando fala da celebração da Eucaristia, no dia do Senhor, isto é, no domingo, diz: “REUNIDOS NO DIA DO SENHOR, PARTI O PÃO, DEPOIS DE PRIMEIRO TERDES CONFESSADO VOSSOS PECADOS, A FIM DE QUE VOSSO SACRIFÍCIO SEJA PURO”.
São Clemente Romano, discípulo de São Paulo e São Pedro, morto no ano 102 da era cristã, no Cap. 57, n. 1, da Carta aos Coríntios, assim escreve: “Portanto, vós que causastes o início da rebeldia, SUBORDINAI-VOS AOS PRESBÍTEROS, E DEIXAI-VOS CORRIGIR, PRA A PACIÊNCIA, DOBRANDO OS JOELHOS em vossos corações. APRENDEI A SUBMETER-VOS DEPONDO A SOBERBA E A ORGULHOSA ARROGÂNCIA DA L´NGUA, MAIS VALE ser pequenos e PERTENCER AOS REBANHOS DE CRISTOO, DO QUE SER EXCLUÍDOS DE SUA ESPERANÇA APESAR DE PRESTIGIADOS”.
São Policarpo, morto no ano 156, sempre a relação à confissão, assim escreve aos sacerdotes de Filipe: “NÃO SEJAM DUROS NO JUÍZO (CONFISSÃO) sabendo que todos somos devedores do pecado”.
Também Santo Inácio de Antioquia, morto no ano 110, assim escreve sobre a confissão: “O Senhor perdoa todos os que se arrependem. Se o seu arrependimento o reconduz à unidade de deus e à comunhão com o Bispo”.
Não há dúvidas: A Igreja é Cristo continuado no mundo, que batiza, que perdoa os pecados. A Confissão é o sacramento do perdão de Deus.
É Cristo quem o instituiu. É Cristo que perdoa ontem, como hoje, como sempre.
Por meio da Igreja. Por meio dos seus sacerdotes.
Ele sabia que depois do batismo, o cristão podia voltar a pecar e a se afastar dele. Por isso, o sacramento da Confissão nos recoloca na comunhão com a Igreja e com Deus.
Há muitos que dizem: - “Eu me confesso a Deus, diretamente”.
Esta expressão não corresponde à vontade de Deus.
Para obter o perdão dos pecados, com certeza, sem ter mais dúvidas, precisa ouvir a palavra de Cristo, que diz: - “Vai em Paz, teus pecados te são perdoados”. Ou também: - “Nem eu te condeno, vai em paz, e doravante não peques mais”.
As palavras externas são a confirmação do perdão, que nos dão certeza do perdão de Deus.
“Confessar-se a Deus”, diretamente, sim, podem fazê-lo. Mas nunca terão a certeza que Deus perdoou.
- As palavras do Senhor, são claras e não se prestam a mal entendidos.
Os apóstolos receberam este poder de perdoar, exerceram este poder, e o transmitiram aos seus sucessores.
a)      O Senhor deu aos apóstolos o poder de pregar, ensinar, batizar. – “Ide pelo mundo inteiro...” E os apóstolos pregaram, ensinaram, batizaram.
b)      Jesus deu aos apóstolos o poder de celebrar a Missa: - “Fazei isso em minha memória”. E os apóstolos celebravam a “FRAÇÃO DO PÃO”.
c)      Jesus deu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados: - “aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados”. E os apóstolos perdoaram os pecados. Tudo isso a Igreja continua fazendo: ensinando, perdoando, batizando. O Sacramento da penitência é o Sacramento do perdão de Deus. O Sacramento da ressurreição do cristão, porque o reconduz ao convívio com Deus e com os irmãos.
Frei Battistini - Meu Cristo Total Hoje

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