São Bento sabia que só seria possível fazer a experiência de
Deus, deixando que Ele falasse. Sabia que a convivência diária só seria
possível se houvesse uma atitude de escuta. Sabia, finalmente, que a tagarelice
romperia as relações humanas, porque todo excesso esvazia as relações.
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Em nossos dias, não é a carência de convívio social que
impele o homem ao mesmo refúgio, mas o seu excesso. A agitação, o ruído, o
delírio, as aparências e a multidão ameaçam a interioridade do homem. Falta-lhe
o silêncio com a sua autêntica palavra interior, a ordem, a oração, a paz. Falta-lhe
a si mesmo. Falta-lhe Deus.
Nunca se falou tanto em “partilhar experiências”, em “respeitar
a liberdade do outro”, de “ser para o outro”, de “amar o outro”, etc. Tudo está
programado para que vivamos nossa vida em total dependência da vida dos outros.
São Bento, seguindo o modelo de Cristo, faz com que esse encontro transcenda,
ou seja, a ligação homem/homem deve caminhar para uma outra, vertical, mais
profunda e mais radica: o encontro homem/Deus.
Em outras palavras: quando o
homem se preocupa em sair de si mesmo e “ser para o outro”, por meio do
recolhimento interior e da modéstia, aumenta sua capacidade de realizar-se como
pessoa autêntica que tem relação com os outros, sobretudo com Deus, que é o
Outro por excelência.
Dom Gregório Paixão, OSB – SÃO BENTO – UM MESTRE PARA O
NOSSO TEMPO
Um comentário:
Perfeito, mãe... Belo texto!
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