"Senhor, Deus da verdade, acaso te agradará quem
conhecer essas coisas? Infeliz do homem que, conhecendo-a todas, te ignora ti;
mas feliz de quem te conhece, embora as ignore! Quanto ao que conhece a ti e a
elas, este não é mais bem-aventurado por causa de seu saber, mas só é feliz por
ti, se, conhecendo-te, te glorifica como Deus, e te dá graças, e não se
desvanece em seus pensamentos."
"É melhor aquele que reconhece estar na posse de uma
árvore e te dá graças por sua utilidade, embora ignore quantos côvados tem de
altura e de largura, que o que a mede, e conta todos os seus ramos, mas não a
possui, nem conhece, nem ama a seu Criador. Assim o homem fiel, a quem
pertencem todas as riquezas do mundo, e que, nada possuindo, possui tudo, por
estar unido a ti, a quem servem todas as coisas – embora desconheça até o curso
das estrelas da Ursa – e seria insensatez duvidar – é certamente melhor do que
o que mede os céus, conta as estrelas e pesa os elementos, mas despreza a ti,
que dispuseste todas as coisas em número, peso e medida."
(Santo Agostinho, Confissões, livro V, capítulo IV)
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