"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sábado, 30 de março de 2013

A Paixão – Jesus depositado da cruz e levado ao sepulcro



Mt 27,57-61; Mc 15,42-47; Lc23, 50-56; Jo 19,31-42



Jesus tinha expirado. Estava inerte aquele Operador de milagres! Estavam fechados aqueles lábios, que proclamaram o novo Reino! Seus inimigos podiam agora ser pagos e saciados! Podiam voltar para casa e celebrar sua Páscoa em paz!

Mas, justamente porque naquela tarde começava a solenidade da Páscoa, era preciso tirar, imediatamente, os cadáveres da cruz e sepultá-los, sem distinção, em uma vala qualquer.

Pensem um pouco, meus amigos, o Sagrado Corpo de Nosso Senhor atirado sob a terra, sem ao menos um lençol e ainda junto com aqueles dois ladroes!?

As piedosas mulheres e os poucos discípulos que ficaram fieis ao Divino Mestre, quiseram evitar esse horror. Suplicaram pois, a José de Arimatéia, homem nobre e pertencente ao Sinédrio, que fosse pedir a Pilatos o Corpo de Jesus.

Era costume entregar aos parentes e amigos, que o solicitavam, o corpo dos justiçados.
Pilatos ouvindo o pedido de José de Arimatéia, admirou-se de estar Jesus Já morto e, chamando o Centurião para certificar-se da verdade, deu a permissão pedida.

Nesse meio tempo, alguns hebreus escrupulosos, na observância da Lei, apresentaram-se também a Pilatos para pedir a quebra das pernas dos dois ladroes, que ainda não tinham morrido. A quebra das pernas acelerava a morte. Pilatos o concedeu e mandou soldados para isso. A Jesus que já tinha morrido, nada fizeram; mas, um deles para assegurar-se melhor da sua morte, enfiou uma lança no peito de Nosso Senhor, no lado esquerdo. E saiu dali, sangue e água. As profecias aqui também se cumpriram: Uma dizia: “Eles olharam naquele que tinham transpassado” (Zac 12,10).

Entretanto José tinha adquirido um lençol e voltava ao Calvário, onde era esperado ansiosamente. A permissão fora conseguida. Podiam pois, ao menos subtrair a ignomínia, aquele Sagrado Corpo; beijá-lo, abraçá-lo e embalsama-lo. Os homens, com grande cuidado para evitar novo despedaçamento, tiraram a horrível coroa de espinhos, depois, despregaram dos cravos aquelas mãos e aqueles pés benditos e as mulheres prepararam os aromas, as faixas e o lençol.

Vocês sabem que o lençol onde foi envolvido Jesus é chamado com a palavra grega “síndrome” – O Sagrado Sudário. Os aromas foram comprados por Nicodemos e em grande quantidade, cerca de trinta quilos.

Eis Jesus sobre os joelhos, entre os braços e sobre o coração de sua Mãe. Como estava frio! Oh! quantas feridas e quanto sangue! Todo em desordem aqueles cabelos louros; os olhos apagados, os lábios, lividíssimos e depois, que tremendo corte sobre o peito até o coração!
Deixaram que aquela Mãe das dores, e não podia ser de outro modo, ficasse um pouco abraçada ao seu Filhinho. Mas depois, deviam retirá-lo, com doce insistência, porque ela sofria muito e o tempo corria. Assim, em silêncio e quase sustendo a respiração, trabalhavam diligentemente preparando as faixas. Pouco faltava para o soar das trombetas, que anunciariam o princípio da Páscoa e a proibição de qualquer trabalho, principalmente com os mortos.

Felizmente, José de Arimatéia, ali perto, num jardim de sua propriedade, tinha feito cavar, para ele, um sepulcro. Que oportunidade e que honra, poder oferecê-lo ao Sagrado Corpo do Veneradíssimo Mestre!
Terminado o piedoso ofício de embalsamento, se bem que muito às pressas, compuseram o cortejo fúnebre, como não houve e jamais haverá outro igual!



Colocaram-no devagar, chorando e beijando-o mil vezes, no interior do sepulcro cavado na pedra; depois, saindo do compartimento, fizeram rolar a grande pedra, que fechava perfeitamente a abertura. Ficaram ali alguns minutos e, em seguida, primeiro os homens depois as mulheres, com Maria Santíssima, amparada por S. João, começaram a descer para a cidade. A Lei era inexorável. A páscoa hebraica, tornada agora, um rito inútil e vazio, começava. O verdadeiro e divino Cordeiro estava já imolado e a nossa Páscoa é Cristo.
A lança militar que abriu o lado de Nosso Senhor lhe transpassou também o Coração! Assim nós, através da ferida do lado, devemos penetrar até o Coração de Jesus. Insistentemente Jesus convida os homens a refugiar-se naquele Coração, que os tem amado tanto!

Aceitem, amigos, o convite de Jesus e digam-lhe sempre: 

“Para minha defesa e para meu repouso, quero esconder-me no teu Sagrado Coração, ó Jesus!”

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