A Ressurreição – Jesus aparece aos apóstolos e aos
discípulos
Lc 24,33-42; Mc 16,13-14; Jo 20,19-29
Os dois afortunados discípulos de Emaús, apenas reconheceram
Jesus, levantaram-se e retomaram o caminho de Jerusalém. Não viam a hora de dar
a grande notícia aos irmãos; apenas chegados à cidade, foram logo procurar os
Apóstolos e os outros, mas os dois foram recebidos com uma exclamação geral:
- “O Senhor ressuscitou, verdadeiramente! Apareceu a Simão!”
Então, eles, ainda mais seguros da veracidade do fato,
contaram o que tinham visto e ouvido.
Apesar disso, alguns daqueles que estavam presentes não
podiam persuadir-se do grande acontecimento e contestavam a afirmação tão viva
e espontânea dos outros.
Era já tarde. Os Apóstolos e os discípulos fecharam as
portas do Cenáculo com medo dos judeus. Estavam ainda discutindo, quando viram
aparecer, no meio deles, Jesus dizendo:
- “A paz seja convosco!”
Mas, eles, assustados por aquela aparição inesperada e, com
as portas fechadas, não acreditavam nos próprios olhos e pensavam que fosse um
fantasma.
Jesus, porém, que lia em seus corações, assim falou:
- “Por que estais perturbados? E que estais pensando? Olhem
minhas mãos, olhem-me, pois um espírito não tem carne nem ossos como vedes que
eu tenho”.
E, dizendo isto, mostrou-lhes de perto as mãos e os pés.
Mas, como o excesso de alegria daqueles pobres filhinhos, que tinham sofrido
tanto, os tinha ainda fora de si, Jesus quis mostrar-lhes melhor sua
concretização e realidade e lhes disse:
- “Tendes alguma coisa para comer?”
Eles então lhe trouxeram pão e um favo de mel. E, Jesus, na
sua amável condescendência, se pôs a comer diante deles. Depois que comeu, quis
que as migalhas fossem comidas por eles. Foi como que uma recordação daquela
querida Ceia que tiveram um dia. E sentiram-se, afinal, tranquilos e felizes.
Jesus disse de novo:
- “A paz seja convosco! Como o Pai me enviou, assim eu vos
envio”.
Dito isto, soprou sobre eles e assim falou:
- “Recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles a quem
perdoardes, serão perdoados; e os pecados daqueles a quem retiverdes serão
retidos”.
Jesus assim havia conferido aos Apóstolos aquela missão
divina que deviam cumprir no mundo e desapareceu.
O acaso quis, não o acaso mas as disposições do Senhor
quiseram, que não se encontrasse presente, naquele momento, doce e solene, o
Apóstolo Tomé.
Quando ele chegou, naturalmente, o acolherem com um coro de
exclamações alegres:
Tinham visto Jesus; ele tinha comigo com eles e lhes tinha
conferido sua divina Missão no mundo!
Tomé não participou logo da sua alegria e deixou surgir na
alma uma ponta de inveja e de despeito, por não ter estado presente. Começou
então a dizer que não acreditava e acrescentou que não se deixaria levar pela
fantasia como eles. Antes de crer, queria ver e tocar e protestava:
- “Se eu não puser meu dedo no furo dos cravos e minha mão
na chaga do lado, não acreditarei”.
Oito dias depois, encontravam-se, de novo, todos juntos e
com eles, Tomé. A festa da Páscoa tinha terminado e os peregrinos se dispunham
a partir em caravanas. Aqueles Apóstolos e discípulos eram quase todos
galileus. Deviam por isso retornar a seu país. Além disso, Jesus lhes advertira
que lá, na amada Galileia, os esperava para ver todos. Partiam seguros e
contentes, menos Tomé que, pela sua obstinação, era privado de tão grande
consolação.
Jesus porém estava sempre perto dos seus; Tomé, durante os
oito dias de intervalo, tornara-se mais humilde e arrependido. Agora estava em
condições de reconhecer o seu Mestre, o qual, afinal, o quis consolar. Também
desta vez as portas do Cenáculo estavam fechadas, quando Jesus apareceu no meio
deles e saúdo-os:
- “A Paz seja convosco!”
E logo, voltando-se para Tomé, pois tinha vindo,
principalmente para ele, acrescentou:
- “Põe aqui o teu dedo, e olha as minhas mãos. Chega aqui a
tua mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas fiel!”
Tomé, que sentia e via a realidade presente do seu Mestre e
Redentor, caiu de joelhos e exclamou, tremendo e chorando:
- “Meu Senhor e meu Deus!”
Jesus então replicou docemente:
- “Agora tu acreditas porque viste; mas, felizes aqueles que
creram sem ver”.
Tomé foi um pouco orgulhoso e obstinado, mas Jesus lhe
perdoou e, no momento oportuno, foi tranquilizá-lo. A incredulidade de Tomé
serviu também tranquilizar muitos outros sobre a realidade da Ressurreição do
Senhor. Mas, quem tem o dom da fé, não tem necessidade de ver as coisas com os
olhos do corpo, porque tem uma luz na alma pela qual está certíssima da verdade
que crê. Vocês têm essa fé. Vocês a receberam com o Santo Batismo, são pois
felizes. Vocês creem, sem a menor dúvida, que Jesus ressuscitou e que vive na
glória do Pai.
- “Caiam muitas vezes, de joelhos, diante de Jesus e
digam-lhe: Meu Senhor e meu Deus, em ti creio, eu te adoro, eu te amo!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário