"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

19. Concílio de Trento (1545-47, 1551-52, 1562-63)

Este foi o mais importante Concílio de toda a história, importância esta que se explica pela problemática que enfrentou (a Reforma protestante) e as soluções que adotou.

Pouco depois de lançar o seu brado de protesto contra a Igreja em 1517, Lutero apelou para a realização de um Concílio Ecumênico que considerasse os pontos por ele lançados em rosto à Igreja.

Todavia este apelo só começou a encontrar resposta sob o pontificado de Paulo III (1550-55). As razoes do adiamento era várias: o Papa Leão X não deu grande importância ao gesto de Lutero; além disto, havia certa resistência da parte dos clérigos, a uma reforma dos costumes na Igreja; ademais a situação geral da Europa era de agitação política.

Foi precisamente a agitação religiosas e política da Europa que cindiu a realização do Concílio em três etapas na cidade de Trento:

A primeira fase (1545-47) definiu mais uma vez o cânon das S. Escrituras e declarou a Vulgata latina isenta de erros teológicos. Abordou as questões discutidas sobre o pecado original, a justificação, os sacramentos, a residência dos bispos nas respectivas dioceses. A peste tendo começado a grassar em Trento, o Papa transferiu o Concílio para Bolonha. O Imperador Carlos V tendo-se oposto a esta determinação, foi necessário suspender o Concílio.

A segunda fase continuou em Trento (1551-52) sob o Papa Júlio III (1550-55). Promulgou longa exposição e cânones sobre a Eucaristia (presença real, transubstanciação, culto...). Algo de semelhante ocorreu no tocante ao sacramento da Penitência (necessidade, partes essenciais, satisfação) e ao da Unção dos Enfermos (origem, efeitos, ministro, sujeito...). O Concílio, aos 28/04/1552, foi mais uma vez suspenso por motivo de pressões políticas.

O Papa Pio IV (1559-1565) reabriu o Concílio aos 18/01/1562. Esta terceira fase reafirmou as verdades referentes ao S. Sacrifício da Missa, aos sacramentos da Ordem, do Matrimônio, ao purgatório, à invocação dos santos, às imagens e às indulgências. Promulgou também resoluções a respeito dos Religiosos e das monjas.

Pela Bula Benedictus Deus (26/01/1564) Pio IV confirmou todos os textos conciliares, dando por encerrado o Concílio; que havia de marcar profundamente o catolicismo dos tempos modernos.

Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.

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