"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

20. Concílio do Vaticano I (1869-70)


Após o Concílio de Trento, a tendência ao esfacelamento dos valores da Idade Média mais e mais se fez sentir. A Revolução Francesa (1789) significou o brado da razão e do nacionalismo contra a fé. Seguiu-se-lhe o século XIX, que foi marcado pelo materialismo e o ateísmo fora da Igreja, e dentro da Igreja pelos ecos das tendências conciliares e do separatismo, que solapavam a autoridade papal e a unidade da Igreja. Foram estes fatores que induziram o Papa Pio IX (1846-78), aconselhado por eminentes figuras do episcopado e do laicato católicos, a convocar o 20º Concílio Ecumênico para o Vaticano. A grande assembleia de 764 padres conciliares se reuniu de 8/12/1869 a 20/10/1870, tendo por objetivo fazer frente ao racionalismo do século XX, como o Concílio de Trento fizera frente ao protestantismo do século XVI.
Infelizmente o Concílio foi suspenso (não encerrado, porém) prematuramente por causa do início da guerra franco-alemã em setembro de 1870. Promulgou, porém, duas Constituições Dogmáticas de real importância:
- uma, a Dei Fillus, sobre a fé católica ensina que Deus se revela através da criação como também através de Jesus Cristo; por conseguinte, pode ser reconhecido tanto pela razão como pela fé, as quais não podem estar em desacordo entre;
- a outra, a Pastor Aeternus, referente à Igreja, definiu a infalibilidade do Pontífice Romano quando fala ex cathedra sobre assuntos de fé e de Moral.
O Concílio trataria também dos bispos e dos demais membros da Igreja se não tivesse sido interrompido abruptamente. Tal tarefa haveria de ser a do Concílio do Vaticano II.
Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.

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