"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 22 de julho de 2010

“Parem de criticar!”



A crítica e a murmuração contra Deus e seus profetas era mania psicopática do antigo povo de Israel. Foi também mania dos contemporâneos de Cristo, sempre de prontidão para caluniá-lo e encobri-lo de ridículo por qualquer afirmação dele.


Agora, tal mania, por nós é que foi herdada. De modo que criticamos tudo e todos; murmuramos contra tudo e contra todos, na tentativa mesquinha de justificarmos nosso egoísmo e nosso comodismo de cristãos descomprometidos.


Criticamos o próprio Deus, porque teria criado para nós um mundo errado e sem lógica, violento e cheio de perigos; a fome, a doença e a morte sempre à espreita. Mas esquecemos de assumir a missão de aperfeiçoá-lo e de torná-lo mais bonito, completando assim a obra da criação de Deus.


Criticamos o Filho de Deus, porque se deixou matar em vez de exterminar seus assassinos; e porque nos apontou caminhos difíceis de percorrer: trocou a lei do olho-por-olho pela lei do perdão e substituiu a força das armas pela fragilidade do amor. Mas não nos convém admitir que não há outro caminho para o homem encontrar a felicidade e a salvação.


Criticamos a Igreja, porque ela vem continuamente cobrar de nós compromisso cada vez mais duros, opções cada vez mais árduas, responsabilidades cada vez mais pesadas. Mas não queremos reconhecer que, quem recusa compromissos e responsabilidades, recusa-se a ser gente e a ser cristão.


Criticamos também o Papa, especialmente quando sua palavra contraria nossos interesses grupais, fere nossos privilégios de pessoas abastecidas ou golpeia nossas ideologias alienantes e materialistas; só o aplaudimos quando fala de acordo com nossos pontos de vista. Mas nem nos passa pela cabeça que não cabe ao Papa estar em sintonia conosco; nós é que precisamos permanecer em sintonia com ele.


Então, paremos de criticar! Deus, o filho de Deus e a Igreja de Deus não se criticam: Amam-se ou deixam-se...

Padre Virgílio, ssp

Um comentário:

Evandro Monteiro disse...

Viver "chorando miséria" é uma tentação chata, bastante difícil de combater.
Quem nunca recloamou "que atire a primeira pedra"...