"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os mortos falam aos vivos?


“Afinal, é ou não possível os mortos falarem com os vivos? Eu mesma conheço vários casos em que pessoas falecidas mantiveram contato com seus entes queridos...”

A psicofonia é o fenômeno de vozes misteriosas que a crença popular costuma atribuir ao além, como se os mortos se comunicassem com os vivos mediante linguagem humana. Muitas vezes essas vozes são gravadas em fitas magnéticas, de modo que se tornam célebres, percorrendo o mundo, e corroboram no público a crença de que os defuntos se manifestam por tal via.

Tais vozes têm características importantes:

- em alguns casos, são roucas a princípio, tornando-se pouco a pouco compreensíveis;
- aludem umas às outras, às veze s se contradizendo;
- às vezes se assemelham a suspiros, gemidos, grunhidos, chiados, dando a impressão de não serem articuladas pela garganta humana;
- os dizeres dessas vozes são irrelevantes; nunca trouxeram contribuição alguma para a solução dos problemas da ciência ou da vida dos homens em geral. Não raro se trata de frases incompletas, evasivas; fazem, por vezes, alusões às pessoas presentes e aos seus problemas. Ou exprimem ameaças de castigos e catástrofes, ou formulam críticas e censuras de todo tipo contra os habitantes da Terra.

Consolo do além

Muitas pessoas se entusiasmam com este fenômeno, julgando que podem falar com entes falecidos há anos, o que é muito consolador. Dizem que já conseguiram mensagens do Irmão Asterin, do planeta Vênus; do grande mestre Kalen Li, do planeta Kangor; do guia espiritual do universo, o Irmão Mestre Karjan, do planeta Lorendor; do Mestre Espiritual Lingol... Tem-se a impressão, através dessas mensagens, de que os “desencarnados” vivem no além uma vida semelhante à da Terra, com suas casas, suas ruas, cidades...

No Brasil, a escritora e poetisa Hilda Hirat, de Campinas, Estado de São Paulo, impressionada por obras referentes à psicofonia, diz ter feito experiências desta arte, as quais ela assim descreve: ”Durante muito tempo nada aconteceu. Até que um dia apareceu a expressão: ‘Ah, querido! ’ Em outra oportunidade, com um amigo gravei a frase: ‘Que lindo dia! ’ Aos poucos, as gravações, que eram obscuras e muito difíceis de entender, foram melhorando, tanto que captei uma frase em Frances enquanto meu aparelho estava acoplado à FM, sintonizando a Rádio Eldorado. Ao escutar a gravação da fita, uma surpresa: uma frase bastante longa e em Frances: ‘Dans ce Roman (nous eumes ou n’osez) des petits fils! Chante notre ami! ’ (¹). Interpretei a frase como sendo um recado para mim, significados importantes, relacionados com experiências íntimas” (transcrito do livro de José Lorenzatto, Parapsicologia e Religião – Ed. Loyola, 1979, pág. 90).

A simples leitura deste relato mostra o quanto ele tem de subjetivo e confuso.

De resto, as mensagens psicofonicas, às vezes, carecem de construção gramatical; as palavras que as compõem são de línguas diferentes – “cp, ete, os” – e são cometidos os mesmos erros de linguagem do próprio médium ou receptor. Os mortos aí dizem pilhérias ridículas, comprazendo-se em trocadilhos pueris e expressões de inteligência medíocre.

Qual seria a explicação do fenômeno?
A seguir: Fale a parapsicologia
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( ¹ ) Isto quer dizer: “Nesse romance (tivemos ou não ouseis) netinhos. Canta o nosso amigo”.

Católicos Perguntam - Dom Estêvão Bettencourt, OSB

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