1. A revolução cosmológica moderna
Em meados do século XX descortinou-se aos cientistas uma visão do universo assaz diferente da que as gerações passadas tinham concebido: os contemporâneos tomaram consciência de que o universo é um sistema que tem sua evolução, sua história e, por conseguinte, também está em constante regime de envelhecimento.
Os antigos gregos imaginavam o mundo como algo que não tivera início nem teria fim, algo sem evolução nem desgaste; seria divino e incriado. A escola de Parmênides (séc. VI/V a.C.) concebia esse algo divino como estático, fixo, ao passo que Heráclito de Éfeso (576-480 a.C.) o entendia como algo sujeito a constantes pulsações do uno ao múltiplo e do múltiplo ao uno ou algo sujeito ao eterno e monótono retorno. – Também sabemos que, para os antigos, o universo se reduzia ao nosso sistema solar; ao contrário, hoje se afirma que o universo é um “gás de galáxias”, um gás do qual cada molécula é uma galáxia. ¹ A nossa galáxia compreende cerca de cem bilhões de estrelas; o nosso sol é uma destas. Este gás que invade novos espaços e se dilata; ao mesmo tempo se desgasta e envelhece, conforme o segundo princípio da termodinâmica ou a lei da entropia (ou da degradação) formulada por Carnot (1832) e Clausiu (+ 1888). – Esta lei ensina que a energia motriz ou dinâmica se converte em calor (ou energia térmica), mas o calor não se converte de novo em movimento. Em consequência, o universo posto em expansão tende a se estagnar ou estabilizar.
Entropia é palavra grega que significa involução; é o contrário da evolução. A evolução cósmica, física e biológica é o crescimento irreversível e acelerado da informação (ou das estruturas moleculares) da matéria inanimada e da vida. Ora a entropia é a tendência natural de todas as estruturas físicas, químicas e bioquímicas a voltar atrás se não recebem novas informações; decompõem-se e desfazem-se quando não re-alimentadas. – Numa palavra, todos os seres materiais estão sujeitos a esta lei.
Mais precisamente vejamos como se dá a evolução da matéria, que constitui o universo.
Continua...
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