Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.
Em abril de 1987, Dom Estêvão Bettencourt tratou do assunto sempre tão atual. O assunto será postado por partes.
Ao invés do que muitos pensam, a mensagem cristã se prende estritamente ao uso da razão e ao estudo das ciências experimentais. É preciso banir a suspeita de divórcio entre aquela e estas. Verdade é que o estudo não prova a verdade intrínseca das proposições de fé, mas ser vê para alicerçar a crença. A onda de aintintelectualismo vigente nos últimos decênios prejudica a vida cristã: esta se torna, em consequência, algo de subjetivo, sentimental, inconsciente e sujeito a perder sua identidade. As proposições de fé se dirigem à inteligência humana e não apenas ao coração. – A inteligência foi dada por Deus ao homem para que este não só descubra as verdades acerca do mundo contingente e material, mas também chegue ao conhecimento de Deus como Princípio e Fim de todas as coisas. Especialmente os resultados das ciências naturais – e da própria astronomia – interessam grandemente aos cristãos. A Bíblia não ensina proposições de ordem científica sobre a constituição e a origem do mundo e do homem; a sua doutrina é de índole sapiencial ou teológica, de modo que nunca se poderá dizer que há antagonismo entre a mensagem bíblica e as ciências naturais.
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Houve épocas em que se julgava haver total incompatibilidade entre a ciência e a fé; quem estudasse o mundo, não poderia crer em valores transcendentais. Em nossos dias, embora esta posição se vá dissipando, persiste a convicção, em muitos, de que a fé e a ciência, mesmo não sendo antagônicas, nada têm que ver uma com a outra; a fé seria uma posição assumida gratuita ou emotivamente pelo estudioso de ciências naturais. Ora esta cisão entre saber científico e saber religioso do homem desfigura um e outro e leva a conclusões muito errôneas. – Eis por que procuraremos examinar o problema com exatidão.
Eis os temas que serão abordados:
1. A revolução cosmológica moderna.
2. Que diz o ateísmo a propósito?
3. Por que há tanto ateísmo hoje?
4. Conclusão.
Revista Pergunte e Responderemos - Abril - 1987
Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.
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