"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A busca de Deus...


Crer em Deus inclui a questão da busca intelectual para conhecê-lo mais e melhor, para saber algo mais a respeito dele, de como se revela e como será possível um encontro com ele.

Reconhecendo a própria dependência diante de Deus e descobrindo que a própria personalidade está íntima e essencialmente ligada a ele, não se pode deixar de querer, de algum modo, gerir essa pertença, estar consciente e ainda sentir-se “senhor” de si, com a capacidade de conferir a si mesmo uma fisionomia própria.

Se formos ciosos da nossa liberdade e se quisermos geri-la em nosso nome, o modo mais seguro e definitivo de fazê-lo é o de conhecer Aquele a quem estamos ligados, do qual proviemos e para quem nos dirigimos. A nossa liberdade sempre busca seu começo nessa realidade de fundo e chega até ela, e será tanto mais verdadeira quanto mais profunda e consciente for a nossa relação com Deus.

A inteligência humana jamais desistirá de querer conhecer a Deus, e, de descobrir referências e vestígios que melhor ajudem a chegar a ele, mesmo que tenha consciência da infinita distância que nos separa dele e da impossibilidade de emitir “definições” exatas e definitivas a seu respeito. Não pode, deixar de sondar, de refletir, pelo menos para intuir a realidade de Deus com a qual sentimos ligados. Será uma busca incessante, contínua, nunca exaurida e jamais plenamente satisfatória; mas será sempre uma busca que continuamente revelará dados úteis, indicações preciosas, como se fossem coordenadas com as quais se pudesse determinar com exatidão a concepção de Deus.

Tudo isso será mais premente se o homem souber que o conhecimento de Deus iluminará o conhecimento de si mesmo, porque como criatura traz dentro de si vestígios e marcas do Criador. Quanto mais conhecimento tiver de deus, tanto mais terá de si mesmo. A fé em Deus se apresenta, desse modo, não como um pleonasmo, uma excentricidade intelectual ou como um tributo de submissão a ser paga a ele, mas como um elemento essencial da própria existência consciente e livre, indispensável para viver em plenitude a própria história.

Crer em Deus, transforma-se, assim, numa opção de vida; não tanto num conjunto de ritos ou obrigações morais, mas antes, numa constante tensão de espírito, uma busca que, partindo do intelecto, aos poucos , torna-se existencial, chegando a envolver toda a dinâmica da vida. Assim, de repente, passa-se a afirmar que a fé em Deus não pode se restringir ao âmbito privado, íntimo, como se fosse um segredo ciumento que serve para tranqüilizar e consolar quando se aproximam horas escuras e difíceis, ao contrário, pervade e envolve todos os aspectos do cotidiano, desde aquilo que aparentemente pode parecer banal até aquilo que mais interessa e mais caracteriza a própria personalidade.

Como é possível declarar-se crente e não empregar um momento sequer para pensar em Deus, para “estudar” a sua realidade, para buscar uma relação consciente e pessoal com Ele?

Como dizer-se uma pessoa que crê em Deus se não se tem sequer a coragem, o tempo, a vontade de assumir de modo pessoal o relacionamento que já existe como criatura e que em princípio é igual para toda criatura?

Em outras palavras, como é possível crer em Deus e não dedicar tempo e empenho à “oração”, entendida, não tanto como pedidos exigindo um atendimento imediato, mas como momento feliz de “enlace” com Deus, de comunhão vivida com ele?

Confiar em Deus vale a pena - Giorgio Basadonna

Um comentário:

Grupo São Miguel Arcanjo disse...

parabéns pelo blog, pelo seu conteúdo de formação e evangelização católica, este Blog está sendo instrumento de Deus para levar a verdade de Cristão tão necessária a este mundo!
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