"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Destino existe? O Destino na Mitologia Grega



Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.

Muitas pessoas pensam em destino como força que, cegamente, as impele a tal ou tal desgraça; apavoram-se com isto, e, apavorados, mais e mais se precipitam na desgraça... Procuremos examinar a questão com serenidade.

1. O Destino na Mitologia Grega

A mitologia personificava o Destino (moira). Atribuía-lhe símbolos, que significavam a índole de necessidade cega e força inelutável, características do Destino. Assim, sobre a cabeça, ele tinha uma coroa ornamentada com estrelas; a coroa era o indício do poder,... poder que era cego, pois ignorava as leis; daí dizer-se que o Destino era filho da Noite. Nas mãos, tinha ele um cetro, sinal de sua realeza; podia também trazer nas mãos uma urna, que continha as sortes dos seres humanos ou uma balança, na qual eram ponderados e avaliados a história e o curso de vida de cada ser humano. Ao lado do Destino, havia uma roda presa por uma corrente para mostrar a imutabilidade dos decretos do Destino; existia também um livro, no qual esses decretos estavam redigidos desde todo o sempre e no qual os deuses iam ler os acontecimentos futuros. Debaixo dos pés do Destino, achava-se a Terra, setor que ele dominava. O Destino, em suma, podia tudo, exceto mudar os seus decretos, o que estava escrito, ficava escrito fatalmente. Jamais o Destino se arrependia. Os seus desígnios eram incompreensíveis aos humanos e até ao próprio Destino; ele pairava acima dos deuses da mitologia.

Perguntamos: qual seria a razão pela qual os antigos chegaram a conceber uma figura tão misteriosa como responsável pela sorte dos homens? A pergunta é justificada, pois em nossos dias se admite que os mitos eram portadores de algum significado ou de alguma filosofia de via. A resposta está no fato de que o homem pagão se sentia incapaz de compreender o sentido da vida e inepto para reger sua sorte. Isto o levava a supor a ação de uma força estranha e superior atuando sobre os acontecimentos de sua existência de maneira absoluta e impenetrável.

A seguir veremos como é bem diferente o pensamento cristão.

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