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Por causa do pecado original a natureza humana ficou
debilitada, enfraquecida, apoucada.
A ordem e o equilíbrio original deram lugar a desordem e
desequilíbrio.
O SER HUMANO, depois
do pecado original, deixou-se guiar, não pela inteligência e pela vontade, mas
pelos sentidos desordenados, e então o egoísmo, a violência, a idolatria, o
medo, prevaleceram.
Foi assim que, aos poucos, o homem perdeu a certeza da sua
raiz, da sua origem divina, e virou seu rosto, sua atenção aos ídolos, por ele
mesmo fabricados.
CULTO DE ADORAÇÃO. Adorar é reconhecer naquele a quem
adoramos o único Criador e Senhor de nossa vida. Pelo motivo que só Deus é
Criador e Senhor, é lógico que o culto de adoração deve-se dar só e
exclusivamente a Deus.
Pela sua origem divina, o homem devia dar, sempre, ao Único
Deus, o culto de adoração. Também, pela sua inteligência, o homem pode e deve
chegar a reconhecer, através das coisas criadas, que há um único Criador e
Senhor, ao qual dar, tributar o culto de adoração e gratidão.
Isto o homem não fez.
O culto de ADORAÇÃO, repito, que se deve dar só e
exclusivamente a Deus, o homem o deu aos vários deuses por ele criados.
No lugar de Deus, o homem colocou pedaços de pau, barro,
figuras humanas, estrelas, o sol, animais, etc.
Podemos dizer, sem exagerar, que o campo mais fecundo do
homem foi o campo onde o homem, criou, do barro, o seu deus.
Tomou os elementos mais comuns: barro, luz, sol, lua, sexo, pão,
vinho, flores, frutas... e disto criou deuses a sua semelhança.
Deuses à vontade e para todos os gostos e para toda
atividade humana.
Um deus para o amoroso, um deus para o belicoso, um deus
para o fecundo, um deus para a prostitua, um deus para o rico, um deus para o
vingador.
Quase todas as coisas com as quais os sentidos do homem
tiveram que lidar, forneceram uma imagem, um motivo de onde o homem partiu para
criar seus deuses.
Sem dúvida, este é o pecado que mais aviltou o homem. Que
mais rebaixou o homem.
IDOLATRIA DO POVO ELEITO. O mesmo povo de Israel, escolhido,
para ser o “guia” de todos os povos, não escapou deste horrível pecado que é a
idolatria.
As broncas piores de Deus para com seu ovo escolhido foram,
quase exclusivamente, por este motivo.
Quando o povo Judeu deixava de adorar seu Deus, o “Deus dos exércitos”,
porque o Único existente, o único Forte, ELE não poupava os castigos para seu
povo.
- “Os israelitas apartaram-se do Senhor para servirem a Ball,
às astartes, e as divindades dos amorreus, dos sidonios, dos moabitas, dos
amonitas, dos filisteus. ABANDONANDO O SENHOR, em vez de servi-lO” Jz 10,6.
- “Morto Gedeon os filhos de Israel voltaram a se
prostituirem aos baals, tomaram por seu deus a baal-berit” Jz 8,33.
- “Acazias, rei de Israel, estando enfermo, mandou consultar
a baalzebub; deus das moscas e das esterqueiras.
Elias, o profeta do Deus Vivo, se apresentou em nome de
Deus, aos emissários e assim falou: “Porventura, NÃO HÁ DEUS EM ISRAEL, para
irdes consultar a baalzebud, deus de Accarom? Por isso, assim fala o Senhor: Não
descerá do leito ao qual subiste, mas com certeza morrerás” 2Rs 1,1-4.
O povo de Israel, outrora escolhido por Deus como o seu povo
predileto, foi recusado por Deus, porque este povo, “ABANDONOU A ELE”, e virou
seu rosto para os deuses estrangeiros, falsos e mentirosos, que não existem.
O pecado de idolatria é o que mais ofende a Deus e o que
mais rebaixa a dignidade do ser humano.
Pára ter uma ideia: Que diria você, se seu filho, que você
ama tanto, vida de sua vida, deixasse você e trocasse você por um pedaço de
esterco?
Que diria você, se seu filho, ossos de seus ossos, recusasse
você e preferisse dar toda sua atenção, sua obediência, seu amor, a um pedaço
de esterco? Aqui se explica a “ira” de Deus contra seu povo que o abandonou e
preferiu os ídolos humilhantes.
O Autor do livro da Sabedoria bem a razão diz: “São uns
desgraçados, põem sua esperança em seres mortos, estes que chamam deuses a obra
de mãos humanas, ouro, prata, lavrados com arte, figuras de animais, ou uma
pedra inútil, obra de mãos antiga” Sb 13,10.
“O ídolo fabricado seja maldito, ele e quem o fez; este
porque o fez; aquele porque, corruptível, foi chamado deus. Pois Deus detesta
igualmente o ímpio e sua impiedade” Sb 14,8-9.
- O mesmo São Paulo invoca a ira de Deus “contra toda
impiedade”, porque os homens tinham e tem a possibilidade de conhecer a Deus
pelas suas criaturas, mas, ao contrário, tomaram as criaturas como se fossem
deuses.
“Sua realidade – seu eterno poder e sua divindade – tornou-se
inteligível desde a criação do mundo, através das criaturas, de sorte que, não tem
desculpa.
Pois tendo conhecido a Deus não O honraram como Deus, nem
lhe renderam graças, pelo contrário, eles se perderam em vão arrazoados e seu coração
insensato ficou nas trevas. Jactando-se de possuir a sabedoria, tornaram-se
tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens do homem
corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis” Rm 1,20-23.
Finalizando, toda a humanidade no campo religioso estava
perdida, pois a infinidade de deuses criados pelo homem não tinham capacidade
de salvar pois eles mesmos precisavam de salvação.
Frei Battistini
A seguir: Situação Sócio-Política
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