"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sábado, 23 de julho de 2011

Tudo estava perdido... Situação Sócio-Política...



Uma vez afastado o verdadeiro Deus, o homem a quem devia obedecer? A quem devia seguir? Quais as diretrizes, os mandamentos que devia praticar para viver em sociedade, de modo justo e decente? A conclusão é óbvia e lógica, pois na verdade, o que dominava na sociedade era a força bruta, a violência, o orgulho. Da misericórdia, da piedade, da justiça não se conhecia nem o significado. O homem, levado pelo seu egoísmo e pela força de dominar o próximo, conseguiu construir grandes impérios sobre os cadáveres dos mais fracos e pacíficos.

Mesmo ao tempo de Cristo a maior parte do globo conhecido era dominado por uma força brutal que não dava espaço ao inerme.

O egoísmo, fruto do pecado, levava o homem a possuir sempre mais a detrimento do pobre, da viúva, da criança, dos mais indefesos.

Até entre o povo de Israel, o povo ao qual Deus tinha ditado a sua Lei, o egoísmo selvagem e a exploração do pobre se agigantavam de modo assustador.

A tal modo que os profetas, bem antes da chegada do Salvador, gritava, em nome de Deus: “De que serve a mim a multidão das vossas vítimas? Já estou farto de holocaustos de cordeiros e da gordura de novilhos cevados.
Eu não quero o sangue de bezerros e de bodes...

De nada serve trazer estas vãs oferendas. Quando multiplicai vossas preces eu não ouço...

Cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem.

RESPEITAI O DIREITO, PROTEGEI O OPRIMIDO.

“FAZEI JUSTIÇA AO ÓRFÃO, DEFENDEI A VIÚVA” Is 1,11-20.

O apego exagerado aos bens da terra escraviza totalmente o coração do homem e lhe impede de amar a Deus e o leva a explorar o próximo. Esta é uma constante em todos os povos e também dentro do povo eleito.
Por isso Jesus foi levado a dizer: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus” Mt 19,24.

“Rico”, aqui significa não aquele que tem muitos bens e vive desapegado deles, mas o que está agarrado aos bens materiais de modo selvagem e exclusivo, como se fossem seu deus.

Os ricos ao tempo de Cristo, eram os que “devoravam” as casas das viúvas e “oprimiam” o pobre e lhe sugavam até o último centavo. Por isso Jesus assim os tratava: “Ai de vós ricos, porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós que agora estais saciados, porque tereis fome” Lc 6,24-25.

São Paulo coloca a causa de todos os males, inclusive da perda da fé, no amor exagerado às riquezas: “A Raiz de todos os males é a cobiça do dinheiro, na qual, espasmando, alguns desviaram-se da fé, atormentando-se com muitas aflições” 1tm 6,10.

O orgulho, a força bruta, o apego exagerado aos bens da terra, levaram o homem a desprezar os mais fracos e a escravizá-los de modo indigno.

A criança estava a mercê dos pais ou dos donos. O velho era desprezado. A mulher era considerada mercadoria.
Em certos povos, como até hoje, ter uma mulher só é símbolo de pobreza. Ter muitas mulheres é símbolo de riqueza.

O pobre era considerado lixo. O doente não tinha mais vez.

O mundo que abandonou o seu Único Criador e se voltou para os ídolos por ele fabricados, só conhecia esta lei: A lei do mais forte, do mais rico, do mais astucioso. E a humanidade estava pobre também sob este ponto de vista.

Questionamento: Depois de mais de vinte séculos de cristianismo, quando foi promulgada a lei do amor, da justiça, da dignidade de todo ser humano, mudou alguma coisa para o pobre, a viúva, a criança, o fraco?
Em nossa comunidade, como são tratados os pobres, as crianças e os velhos abandonados?


Frei Battistini


A seguir: Situação Moral

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