"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O amigo importuno e o juiz iníquo


Lc 9,5-10; 18,1-8.

Estas duas parábolas do Amigo importuno e do Juiz iníquo, nos ensinam que a nossa prece deve perseverar até ser deferida. É preciso ter fé e não perdê-la nunca, mesmo que pareça que Deus não escute e que as contrariedades e as dificuldades se tornem maiores.

Não que o Senhor queira ser implorado por longo tempo, pelo prazer de ouvir a nossa palavra. Não, ao contrário, ele nos ama e nos provê com seus favores. Não dizia Jesus que, quando rezamos “não devemos falar muito” como se Deus ignorasse aquilo de que precisamos?

Mas, muitas vezes o Senhor quer que sejamos constantes e tenazes na oração, a fim de que pensemos um pouco mais nele e nos aproximemos dele, justamente para que como mérito da fé, nos tornemos dignos da graça que pedimos. Isso nos é explicado com a parábola do amigo importuno:

Eis que, certa vez, à noite, chegou de viagem um homem à casa dum amigo. Estava cansado e com fome e o dono da casa precisava dar-lhe alguma coisa mas, àquela hora nada tinha, nem mesmo pão. Bateu então na casa do vizinho e dizia:

- “Amigo, amigo, empresta-me três pães, porque chegou uma visita em casa e nada tenho para dar-lhe!”

O outro, que já estava deitado, rodeado dos filhinhos, que dormiam o sono da inocência, não quis abrir a janela e respondeu de dentro:

- “Não faça barulho, a luz está apagada e meus filhinhos dormem; não posso levantar-me para dar-te nada!”

Mas, o que estava fora não se persuadiu: batia, chamava e insistia. Então o que estava dentro, não por amor, mas para acabar com aquela amolação, levantou-se e deu-lhe tudo o que precisava.

“E eu vos digo”, acrescentou Jesus, “pedi e vos será dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á, porque o que pede recebe, o que procura acha e a quem bate será aberto”.

Jesus propôs também outra parábola, para mostrar que deviam rezar sempre e nunca deixar de rezar.

Havia numa cidade um juiz, que não temia a Deus e não tinha respeito por ninguém. Havia também, na mesma cidade, uma viúva que sempre lhe dizia:

- “Fazei-me justiça contra meu adversário!”

Por muito tempo aquele juiz não se incomodava com o seu pedido, mas depois disse consigo:

- “Embora não tenha nenhum temor de Deus, nem me interesse pelos homens, pelo barulho que faz, vou fazer justiça a esta viúva. Não quero que um dia venha aqui e me quebre a cabeça!”

E Jesus continuou dizendo:

- “Considerai bem o que disse o juiz malvado. E Deus, muito mais que ele não fará justiça aos seus eleitos, que o invocam dia e noite e tardará talvez a socorrê-los? eu vos digo que prontamente lhes fará justiça.

Estas duas parábolas pois, não querem dizer que devemos vencer com impertinência o Senhor, descontente conosco, como aquele amigo, ou que o Senhor seja de coração duro como aquele juiz. Não, absolutamente! Mas que, sendo ele infinitamente bom e piedoso, muito mais facilmente que aqueles, ouvirá as preces dos que o invocam com perseverança.

Peçam sempre, com grande fé, ao Senhor, porque, diante de Deus, vocês não são somente conhecidos ou pessoas pouco consideráveis como aquela viúva, mas são seus filhos. Digam com a fé do verdadeiro crente: “Estou certo, ó meu Jesus, de que, se eu pedir, receberei, se bater à porta do teu coração, ela me será aberta”.

A Pequena Bíblia - P. César Gallina

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