"PORQUE ONDE ESTIVER O TEU TESOURO, ALI ESTARÁ O TEU CORAÇÃO". Mt 6,21

sábado, 20 de outubro de 2012

Concílio Vaticano II - um resumo - Dom Estêvão Bettencourt

Os Concílios refletem nitidamente a história da Igreja e seus embates. Foram solenes assembleias em que a Igreja comunitariamente se voltou para os desafios que a caminhada através dos tempos lhe suscitava. As decisões dos Concílios, por isto, hão de ser lidas e compreendidas sempre à luz do respectivo contexto histórico.
 Concílio do Vaticano II (1962-65)
Como dito, o Concílio do Vaticano I ficou incompleto, deixando em suspenso diversas questões teológicas e pastorais.
Os Papas desde São Pio X (1903-14) pensaram em reativar os trabalhos do Concílio: todavia as circunstâncias não favoreciam tarefa de tal envergadura. Foi a coragem do idoso Papa João XXIII (1958-63) que convocou o 21º Concílio Ecumênico da história aos 25/01/1959). Este certame foi inaugurado aos 11/10/1962, sob João XXIII, e encerrado aos 7/12/1965, sob o Papa Paulo VI. Tinha em mira, de modo geral, realizar o aggiornamento ou a atualização da Igreja numa época em que os costumes e as mentalidades evoluem com rapidez surpreendente. O alcance deste Concílio foi enorme: sem perder o contato com a Tradição, os padres conciliares promulgaram dezesseis documentos (Constituições, Decretos, Declarações), que levaram em consideração os principais temas que se impunham à reflexão da Igreja. O Concílio teve índole eminentemente pastora, isto é, visou à vida cristã e à sua disciplina, em vez de se voltar para definições de Fé ou de Moral. A abertura equilibrada dos documentos conciliares pode ser percebida em seus traços marcantes:
- renovação da Liturgia, que deveria ser celebrada em estilo mais comunitário e acessível aos fiéis;
- reafirmação da Igreja como sacramento, estruturado por Pedro e a hierarquia, sem deixar de responsabilizar, na medida precisa, todo o povo de Deus;
- abertura para os demais cristãos (protestantes, ortodoxos e outros) que não se acham em plena comunhão com a Igreja de Cristo entregue a Pedro e seus sucessores;
- declaração sobre a liberdade religiosa, que significa o direito, inerente a todo homem, de formar livremente a sua consciência diante de Deus e da fé;
- tomada de posição da Igreja frente às diversas facetas que o mundo de hoje lhe apresenta: família, comunidade política, economia, cultura, paz e guerra...

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